Policial paraguaio apagou ordem de prisão contra traficante da fronteira
O suboficial foi preso hoje cedo; traficante Luis Quevedo, baleado em atentado, é de Pedro Juan Caballero
O suboficial Ramón Vargas Espinoza foi preso nesta segunda-feira (31), acusado de apagar do banco de dados da Polícia Nacional do Paraguai o mandado internacional de prisão contra o narcotraficante José Luis Bogado Quevedo, 38.
Oriundo de Pedro Juan Caballero, cidade separada por uma rua de Ponta Porã (MS), ele responde a 34 processos no Brasil, onde teve a prisão decretada para fins de extradição.
José Luis Bogado Quevedo foi um dos feridos no ataque a tiros ocorrido na noite de ontem, na Ja’Umina Fest, evento de danças tradicionais que ocorria em San Bernardino, cidade paraguaia a 40 km da capital Asunción. Ele era o principal alvo dos atiradores, segundo a polícia paraguaia.
Bogado Quevedo, Marcelo Monteggia (outro suposto traficante da fronteira) e outras duas pessoas ficaram feridas no ataque. Marcos Ignacio Rojas Mora (também traficante) e a empresária e influenciadora digital famosa Cristina Vita Aranda morreram.
Mulher do jogador de futebol Tito Torres, do Olímpia, Vita foi atingida durante o tiroteio, mas não tinha ligação com os traficantes, assim como outros dois feridos.
O comissário Tomás Cardozo, chefe do Departamento de Informática da Polícia Nacional, confirmou que Ramón Vargas, lotado na cidade de Pilar, excluiu do sistema o mandado de prisão contra o traficante em dezembro do ano passado. Entretanto, o mandado de prisão contra ele é de 2018.
Cardozo informou que os dados apagados em dezembro reapareceram no sistema hoje de manhã. O suboficial Vargas teria alegado que apagou os dados por engano. Ele tem 26 anos de carreira na polícia.
RG de MS – Quando deu entrada no hospital particular de Asunción na madrugada de hoje, o traficante apresentou uma carteira de identidade em nome de José Luiz Bogado Gonzalez, 37, emitida pela Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul.
O RG foi emitido com base em certidão de nascimento do cartório de Sanga Puitã, distrito que faz parte do município de Ponta Porã. Segundo a polícia paraguaia, o documento é falso. Bogado Quevedo continua internado num hospital particular, sob escolta da polícia.