Prefeito é suspeito de gastar dinheiro da assistência social para se reeleger
Operação investiga crimes de peculato, falsidade, fraude em licitação e associação criminosa envolvendo prefeito, secretários e vereador de Japorã; nove mandados foram cumpridos hoje
A Operação Curumim, desencadeada nesta quarta-feira (22) pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) em Japorã, a 487 km de Campo Grande, investiga suposto desvio de recursos do Fundo de Assistência Social do município para pagar gastos da campanha eleitoral do prefeito Vanderley Bispo de Oliveira (PTB), reeleito em outubro do ano passado.
De acordo com o Ministério Público Estadual, nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos na sede da prefeitura de Japorã, nas casas de alguns secretários e servidores municipais, na casa de uma vereadora da cidade e na residência de Vanderley Bispo, que mora Mundo Novo, cidade a 40 km de Japorã.
Os nomes dos secretários e da vereadora que também são investigados não foram divulgados.
Os mandados cumpridos pelo Gaeco foram expedidos pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul dentro da investigação criminal conduzida pelo procurador-geral de Justiça, Paulo Cezar dos Passos. Por ser prefeito, Vanderley tem foro privilegiado e só pode ser julgado pela corte de segunda instância.
Conforme a assessoria do MPE, os crimes investigados são peculato, falsidade documental, fraude em licitação e associação criminosa, além de crime de responsabilidade previsto no decreto 201/67.
Índios – A operação apura indícios de desvio de recursos públicos da Assistência Social para financiamento de campanha eleitoral, bem como fraude em uma licitação relativa à Casa de Apoio à Criança indígena desnutrida da Aldeia Porto Lindo. Por isso o nome Operação Curumim.
Vanderlei Bispo foi reeleito em outubro do ano passado com 2.583 votos. Fiscal de rendas do Estado, ele fez carreira política em Mundo Novo, onde disputou eleição de prefeito e chegou a ser suplente de deputado.