Presa dupla que matou ambulante para roubar, mas não levou dinheiro
Homem de 67 anos vendia utensílios e alimentos e era conhecido por ajudar moradores da aldeia indígena de Douradina
Cinco índios, sendo três menores de idade, foram presos hoje (30) pela Polícia Civil acusados de matar um vendedor ambulante em um latrocínio (roubo seguido de morte) no dia 15 deste mês em Douradina, a 196 km de Campo Grande.
José Evangelista Filho, 67, morava na cidade e frequentava a aldeia Lagoa Rica, onde vendia utensílios domésticos e alimentos a bordo de uma Kombi. Era muito conhecido na aldeia e querido por ajudar a comunidade do local. Os bandidos não conseguiram levar o dinheiro porque não acharam a pasta da vítima escondida atrás do banco da Kombi.
Foram presos Delo Canteiro da Silva, 24, e Maiquelo Hilton Turíbio, 18, e três adolescentes, dois de 16 anos e um de 13. Com prisão preventiva decretada, os dois maiores foram levados para a Polícia Civil em Itaporã e depois devem ser transferidos para a PED (Penitenciária Estadual de Dourados). Eles confessaram o crime.
Já os três menores foram encaminhados nesta tarde para o Fórum de Itaporã. O objetivo é fazer a audiência para ouvir as testemunhas ainda nesta quarta-feira e encaminhá-los para a Unei (Unidade Educacional de Internação) em Dourados.
O latrocínio foi esclarecido por policiais civis de Douradina e a prisão dos autores contou com a participação de agentes do SIG (Serviço de Investigações Gerais) em Dourados.
De acordo com o delegado Rodolfo Daltro, do SIG, José Evangelista Filho foi morto a facadas e com golpes de pau e pedra na cabeça. O crime revoltou os moradores da aldeia.
Durante as investigações, os policiais civis descobriram que os autores do latrocínio eram índios que mataram o vendedor para roubar o dinheiro dele. Evangelista foi morto mesmo sem esboçar qualquer reação. O corpo foi encontrado em uma estrada que liga a aldeia ao distrito de Bocajá.
Os criminosos temiam ser reconhecidos pela vítima, que frequentava a aldeia. O crime de latrocínio tem pena máxima de 30 anos de prisão.