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Interior

Presa por corrupção, vereadora pede afastamento e 2ª suplente assume

Jornalista Lia Nogueira foi convocada para tomar posse às 10h desta quarta-feira; Denize Portolann está presa há uma semana

Helio de Freitas, de Dourados | 07/11/2018 09:11
A jornalista Lia Nogueira assume vaga na Câmara de Dourados (Foto: Adalberto Domingos)
A jornalista Lia Nogueira assume vaga na Câmara de Dourados (Foto: Adalberto Domingos)

A ex-secretária de Educação e vereadora Denize Portolann de Moura Martins (PR) pediu afastamento de 120 dias da Câmara de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande. Ela está presa há uma semana acusada de fazer parte de uma organização criminosa montada para desviar recursos da prefeitura através de licitações fraudulentas.

No período de afastamento, a vaga de Denize Portolann será ocupada pela segunda suplente da coligação que disputou a eleição em 2016, a jornalista Maria Imaculada Nogueira, a Lia Nogueira, repórter da Rádio Cidade FM e da TV Record.

Ao Campo Grande News, a presidente da Câmara Daniela Hall (PSD) informou através da assessoria de imprensa que Lia Nogueira foi convocada para tomar posse às 10h de hoje, no Plenarinho. O juramento está previsto para segunda-feira (12), durante a sessão ordinária.

Diretora da Escola Municipal Aurora Pedroso de Camargo, no Parque Alvorada, Denize Portolann ficou como primeira suplente da coligação formada por PR e PSC. Ela teve 1.331 votos. Lia Nogueira obteve 1.254 votos.

O eleito foi o ex-prefeito Braz Melo (PSC), com 2.107 votos. Entretanto, em setembro deste ano ele deixou a Câmara após a Justiça Eleitoral decretar a perda de mandato por uma condenação dos anos 90, de quando Braz administrava a cidade.

Denize Portolann, que foi secretária de Educação da atual prefeita Délia Razuk (PR) até o início de 2018, assumiu a vaga de Braz Melo no Legislativo.

Na quarta-feira passada, dia 31 de outubro, Denize foi presa na Operação Pregão, do Ministério Público de Mato Grosso do Sul, que investiga a organização criminosa acusada de fraudar licitações, fazia dispensa indevida de licitação e falsificava documentos para desviar recursos públicos.

Também foram presos o secretário municipal de Fazenda João Fava Neto, o diretor do Departamento de Licitação da prefeitura Anilton Garcia de Souza e o empresário Messias José da Silva, dono da Douraser, prestadora de serviços que tem contrato com a prefeitura.

As prisões são preventivas, ou seja, sem prazo determinado. Denize foi levada quinta-feira (1º) para o presídio feminino de Rio Brilhante e os demais presos estão na PED (Penitenciária Estadual de Dourados).

Na segunda-feira (5), o farmacêutico bioquímico Racib Panage Harb, integrante do “Movimento Dourados conta a Corrupção”, protocolou documento na Câmara de Vereadores pedindo o afastamento temporário de Denize Portolann e abertura de processo na Comissão de Ética e Decoro Parlamentar.

No mesmo dia, Délia Razuk exonerou João Fava Neto e Anilton Garcia de Souza. Para a Secretaria de Fazenda ela nomeou como interino o assessor do gabinete Carlos Augusto de Melo Pimentel.

Empresas – A Douraser Prestadora de Serviços, contratada pela prefeitura para fornecer vários serviços, entre os quais a limpeza das escolas municipais, recebeu quase R$ 7 milhões do município até setembro.

Outra empresa investigada no esquema é a Energia Engenharia Serviços e Manutenções Ltda. No dia 31, mandados de busca e apreensão foram cumpridos na sede da empresa na Avenida Presidente Vargas e na casa do dono, Pedro Brum Vasconcelos Oliveira.

A Energia foi contratada em 2017 pela prefeitura por R$ 1,9 milhão para fornecer 97 merendeiras para trabalhar em escolas e centros de educação infantil do município. Denize Portolann era secretária de Educação quando o contrato foi assinado.

Ao todo foram cumpridos os quatro mandados de prisão e 16 mandados de busca e apreensão, expedidos pelos Juízes Luiz Alberto de Moura Filho e César de Souza Lima, da 1ª Vara Criminal de Dourados.

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