Preso por morte de promotor paraguaio diz que “ex-presidente” sabia do plano
Revelação feita pela imprensa colombiana provocou alvoroço político no Paraguai
Um “ex-presidente do Paraguai” foi citado nas investigações sobre o assassinato do promotor de Justiça Marcelo Pecci, ocorrido em maio do ano passado em Cartagena das Índias, na Colômbia. Pecci coordenava a luta contra o crime organizado no país vizinho de Mato Grosso do Sul e atuava inclusive contra organizações criminosas instaladas na fronteira.
Em depoimento, o ex-militar colombiano Francisco Luis Correa Galeano, que está preso apontado como o “cérebro” da execução, disse que um ex-presidente do Paraguai sabia do plano para assassinar o promotor.
A informação foi revelada pelo jornal colombiano El Tiempo e caiu como uma bomba entre policiais, promotores e políticos paraguaios.
Nesta quinta-feira (5), o diário da Colômbia publicou documentos e trechos do depoimento prestado por Galeano dois meses após o crime, ocorrido em 10 de maio de 2022, quando Marcelo Pecci passava a lua de mel na paradisíaca praia da Península de Barú, no Mar do Caribe.
Ao jornal ABC Color, do Paraguai, a jornalista colombiana Marta Soto, que revelou a informação, disse que desde 30 de junho do ano passado a polícia e o Ministério Público da Colômbia sabiam da menção de Francisco Galeano a um “ex-presidente” vinculado ao crime. Segundo ela, o preso citou o fato pelo menos sete vezes durante o interrogatório.
No depoimento de 576 páginas, Francisco Galeano disse que o assassinato de Marcelo Pecci teria sido planejado por pessoas investigadas por Marcelo Pecci, entre elas “um ex-presidente”.
Apesar de o preso não ter citado nomes, a mídia paraguaia imediatamente levantou suspeitas de que o ex-presidente seria Horacio Cartes, do Partido Colorado, que governou o Paraguai de 2013 a 2018. Cartes é acusado de ligação com o doleiro brasileiro Dario Messer.
Após a revelação do depoimento de Francisco Galeano, o advogado de Horacio Cartes afirmou hoje que não havia nenhuma investigação liderada pelo promotor Marcelo Pecci contra seu cliente. “Com toda certeza, segurança e firmeza, nenhum processo estava sendo conduzido pelo promotor Marcelo Pecci contra o ex-presidente, nem contra pessoas ligadas a ele”, afirmou Pedro Ovelar.
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