Professores e administrativos de escolas e universidade protestam
Paralisação de técnicos administrativos a partir desta sexta-feira afeta também funcionamento do Hospital Universitário de Dourados
Todas as escolas públicas estão fechadas nesta sexta-feira em Dourados, a 233 km de Campo Grande. O dia de paralisação nacional terá manifestações no centro da cidade, com concentração na Praça Antonio João.
Professores e funcionários administrativos da Rede Estadual de Ensino entram no terceiro dia de greve. Em Dourados, pelo menos três mil dos 3.500 servidores de escolas estaduais estão paralisados desde quarta, segundo o Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação).
São pelo menos 25 mil alunos nas 23 escolas estaduais existentes na segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul.
O dia de paralisação nacional atinge também as 45 escolas e 36 Ceims (Centros de Educação Infantil) da Rede Municipal de Ensino. Trabalhadores da educação municipal não estão em greve, mas aderiram à mobilização desta sexta.
Na UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), a greve dos docentes e técnicos administrativos é por tempo indeterminado e deixa sem aula pelo menos dez mil estudantes da graduação e pós-graduação, tanto dos cursos presenciais quanto à distância.
A paralisação dos 500 docentes da maior universidade pública do interior de MS começou ontem. Já os técnicos administrativos, que incluem médicos, enfermeiros e outros servidores do HU (Hospital Universitário), totalizando quase mil trabalhadores, iniciam a greve hoje e também protestam na praça.
Reivindicações dos professores – Os professores estaduais cobram o cumprimento da lei aprovada e sancionada na gestão anterior, que prevê a implantação do piso nacional para 20 horas até 2018. O governo propõe reajuste de 4,37% em outubro e a integralização do Piso Nacional do Magistério até 2022.
Ontem o TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) determinou que 100% dos administrativos e 60% dos professores voltem às aulas. A Fetems (Federação dos Trabalhadores na Educação de MS) anunciou que vai recorrer da decisão.
Docentes da UFGD - As reivindicações nacionais dos docentes fazem parte de cinco eixos – defesa da universidade pública, condições de trabalho, autonomia das universidades, valorização salarial de ativos e aposentados e reestruturação da carreira dos docentes.
Cada eixo tem uma série de reivindicações e as principais são fim da terceirização e reposição das perdas inflacionárias. Segundo as entidades sindicais dos docentes, até o momento o governo não apresentou nenhuma proposta efetiva.
Administrativos – Já os técnicos administrativos da UFGD e do HU reivindicam reposição salarial de 27,3%, redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais sem diminuição de salário, suspensão dos cortes orçamentos das instituições de ensino, fim da terceirização e melhoria de outros benefícios, como auxílio-alimentação.