Governo considera greve de professores fiasco e diz que adesão é só de 30%
Professores da rede estadual entram nesta quinta-feira (28) no segundo dia de paralisação e o governo do Estado considera o movimento um "fiasco". De acordo com nota emitida pela assessoria da administração estadual, apenas 30% das escolas do interior aderiram a greve totalmente.
Segundo dados da secretaria de Educação do Estado, no interior 118 escolas estão funcionando normalmente, ou seja, cerca de 40% do total; 89 escolas pararam as atividades, e em outras 69 (23%), a paralisação está parcial.
A assessoria ressalta que o governo mantém o diálogo aberto e considera a greve uma atitude política.
Ainda segundo a secretaria de Educação, o Estado paga 38,84% acima do piso nacional. Enquanto a base no país é de R$1.917,78, Mato Grosso do Sul paga R$2.662,83.
Em todo o estado são 279 mil alunos na rede estadual de ensino, distribuídos em 362 escolas, com 20 mil professores e 6.200 funcionários administrativos. O presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul) reafirma que 75% da categoria aderiu ao movimento e diz os 30% referentes às escolas funcionando não servem como parâmetro para avaliar o movimento.
“Cada escola tem mais de 50 profissionais. Falar apenas em escolas abertas não é suficiente para fazer um balanço. O fato de uma escola estar aberta não significa que está tendo aula", diz. Roberto Botarelli afirma que a categoria vem realizando reuniões diárias para avaliar o movimento e que no interior a adesão vem crescendo.
A categoria reivindicas 10,98% de reajuste para os professores e integralização do piso nacional para 20 horas semanais, além de antecipação da data base de maio para o mês de janeiro para os funcionários administrativos.
Já na rede municipal, o presidente da ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública), Geraldo Gonçalves, ressalta que o sindicato está preparando recurso para ingressar na Justiça na tentativa de suspender decisão do desembargador Carlos Eduardo Contar, que determinou que 66% dos grevistas retornem às salas de aula por considerar a Educação serviço essencial. Caso não cumpram a determinação, a categoria corre risco de arcar com multa diária de R$ 50 mil.
De acordo com Geraldo Gonçalves, a entidade rebate a afirmação do Tribunal de Justiça e ressalta que educação pública não é considerada um serviço de urgência.
Ele afirma que a entidade ainda não foi notificada sobre a decisão da Justiça e que a paralisação atinge 50% dos profissionais das 98 escolas da Capital.
Os professores, que estão no quarto dia de paralisação exigem reajuste de 13,01%, para elevar o piso da categoria para R$ 1.971 para jornada de 20 horas, mas o município sinalizou com aumento de 8,3% só a partir de outubro.
Segundo a assessoria da prefeitura, hoje, 37 escolas funcionam normalmente e outras 13 parcialmente. Ao todo são 94 estabelecimentos.
Os profissionais das redes estadual e municipal acompanham sessão da Câmara Municipal nesta quinta-feira com o objetivo de obter apoio dos vereadores. Segundo Roberto Botarelli, após a sessão os profissionais do setor, incluindo administrativos, irão até a região central da Capital realizar panfletagem.
Os professores do município pretendem passar o dia acampados na Câmara à espera de uma reunião com os vereadores.