Reinaldo busca indenização superior a R$ 80 milhões por reserva Buriti
Para tentar resolver o impasse da indenização à produtores da terra indígena Buriti, em Sidrolândia, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) se reúne no início da tarde desta quinta-feira (29) com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em Brasília. A questão foi deixada de lado pelo o ex-governador, André Puccinelli (PSDB), nos últimos meses de sua gestão.
O governador retomará discussão sobre o valor da indenização oferecida pelo Governo Federal, que é de R$ 80 milhões, acompanhado dos secretários de Estado de Governo e Gestão Estratégica, Eduardo Riedel, de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, e de Justiça e Segurança Pública, Silvio Maluf.
A proposta prevê o pagamento em títulos do governo a serem resgatados em 2016. Os produtores, por sua vez, pedem pelo menos R$ 130 milhões pelas terras. Laudo elaborado por uma empresa privada, contratada por eles, aponta R$ 124,5 milhões pelas terras e R$ 5,5 milhões por benfeitorias.
Localizada no município de Sidrolândia, a 71 quilômetros de Campo Grande, a Fazenda Buriti foi cenário da morte do terena Oziel Gabriel, 35 anos, durante ocupação em 2013. A ação, chamada pelos indígenas de retomada, chamou a atenção de autoridades e imprensa internacional. Nos confrontos, outro terena foi baleado e ficou paraplégico. A polícia não esclareceu, até então, de onde partiram as balas que atingiram os índios.
A propriedade do ex-deputado estadual e ex-secretário estadual de Fazenda, Ricardo Bacha, foi ocupada por um grupo de cem índios no dia 15 de maio. Dias depois, o número de indígenas subiu para 600 e equipes do MPF (Ministério Público Federal), Polícia Federal e Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais) acompanharam o confronto. Depois que Oziel foi baleado, a sede da fazenda foi queimada.
Em junho de 2014, produtores sinalizaram um acordo ao decidirem aceitar, parcialmente, a proposta do Governo. Eles pediram o direito de continuar reivindicando na Justiça a diferença para que a indenização cheguasse ao valor pedido. No entanto, nada ficou resolvido nas últimas negociações, ocorridas no ano passado.