ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
JULHO, QUARTA  17    CAMPO GRANDE 20º

Interior

Relatório da Corregedoria isenta policiais militares em morte de ex-vereador

Wander Alves Meleiro, o "Dinho Vital”, foi morto no dia 8 do mês passado após confusão numa festa da cidade

Por Viviane Oliveira e Anahi Zurutuza | 10/06/2024 09:42
Corpo de ex-vereador na BR-262, enquanto bombeiros e policiais militares registravam ocorrência (Foto: Direto das Ruas) 
Corpo de ex-vereador na BR-262, enquanto bombeiros e policiais militares registravam ocorrência (Foto: Direto das Ruas)

O relatório da Corregedoria da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul) isentou os policiais Valdeci Alexandre dos Santos, de 41 anos, e Bruno César Malheiros dos Santos, de 33 anos, pela morte do ex-vereador Wander Alves Meleiro, o "Dinho Vital”, em Anastácio, distante 122 quilômetros de Campo Grande.

Segundo o relatório, a morte do ex-vereador é atribuída aos policiais, mas eles estão amparados por situação que exclui o ilícito da conduta prevista pela legislação: legítima defesa e o estrito cumprimento do dever legal.

Depois de fazer uma longa explicação sobre os fatos e ouvir várias testemunhas, foi apurado que os policiais não faziam a segurança do ex-prefeito de Anastácio, Douglas Figueiredo (PSDB), e agiram após a postura “ameaçadora da vítima”, a qual empunhava uma pistola calibre 9 mm.

“Portanto, diante do apurado cotejo das peças que compõem o presente inquérito policial militar, concluímos que a conduta investigada, embora típica, se coaduna com as excludentes de ilicitudes previstas no ordenamento jurídico vigente”, constou em trecho do texto.

Ainda conforme o relatório, durante a abordagem policial, foi feita a devida verbalização para que Dinho abaixasse a arma, fato narrado por testemunha que passava pelo local. “É imperioso dizer que todo policial militar, mesmo de folga, está obrigado a agir quando se depara com qualquer conduta criminosa. Sabe-se que parte da doutrina entende que, independentemente do policial militar estar de férias, ou de licença, há uma imposição de um dever de prisão a qualquer instante. Em outras palavras, o policial militar será agente de segurança pública por 24 horas no dia”, segundo o texto.

Os dois policiais militares estão presos desde o dia 17 do mês passado. Eles se entregaram depois de serem comunicados das ordens de prisão temporária (30 dias). O ex-prefeito de Anastácio, Douglas, também é investigado pelo envolvimento na morte do ex-vereador.

O relatório aprovado pelo corregedor-geral da PM, coronel Edson Furtado de Oliveira, será encaminhado ao Ministério Público. “Decido concordar com o relatório do encarregado do IPM (Inquérito Policial Militar), por entender que há nos autos indícios de excludentes de ilicitude na conduta típica praticada pelos investigados”.

O advogado Lucas Arguelho Rocha, que representa os PMs, disse que ainda não tem conhecimento do resultado das investigações no âmbito do inquérito policial, mas “sempre acreditou e confiou plenamente que a verdade real apareceria”. “Sobretudo quando há uma investigação isenta, imparcial e justa”, completou.

A defesa informa ainda que desde o início, sustentou que os PMs agiram no estrito cumprimento do dever legal e nunca exerceram a segurança privada de qualquer autoridade ou ex-autoridade, presente na festa de comemoração ao aniversário da cidade. "Após encerramento do IPM, com a conclusão e solução dada ao caso, ingressaremos com novo pedido de liberdade", destacou Lucas.

Dinho, de camisa azul, momentos antes de partir para cima de Douglas Figueiredo na festa (Foto: reprodução / vídeo)
Dinho, de camisa azul, momentos antes de partir para cima de Douglas Figueiredo na festa (Foto: reprodução / vídeo)

Fatal - O tiro fatal para o ex-vereador não o atingiu exatamente pelas costas, como foi interpretado em laudo do exame necroscópico anexado ao inquérito policial militar logo após a morte – no dia 8 de maio. Perícia completar, feita a pedido do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), informou que as entradas dos projéteis que feriram a vítima foram pela lateral posterior e frente do corpo.

Morte - Dinho foi morto na BR-262, no fim da tarde de uma quarta-feira, logo após brigar com Douglas Figueiredo durante festa de comemoração do aniversário de 59 anos de Anastácio, em uma chácara próxima à rodovia. Segundo relataram testemunhas, o ex-vereador, aparentemente alcoolizado, discutiu com o ex-prefeito na festa. A briga começou depois que o atual prefeito, Nildo Alves (PSDB), anunciou que lançaria o tucano pré-candidato pelo partido, e foi separada por outros frequentadores.

O ex-vereador foi retirado do local, mas voltou armado e fez ameaças. Foi quando os policiais decidiram abordá-lo. Algumas testemunhas afirmam que os dois trabalhavam como seguranças de Douglas, mas ambos negam e alegaram que estavam na festa por motivos diferentes. Valdeci explicou que foi convidado por amigo e Bruno afirmou em depoimento que estava de folga e fez parte da produção da banda contratada para animar a comemoração. O ex-prefeito também nega qualquer participação no crime.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.

Nos siga no Google Notícias