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Interior

Reprodução simulada refaz últimos momentos de mulher assassinada

Ação durou duas horas e foi possível constatar diversas hipóteses da dinâmica dos fatos

Por Bruna Marques | 08/12/2023 08:12
Peritos e policiais civis participam da reprodução simulada, dentro da casa onde Domingas foi assassinada (Foto: Divulgação/PCMS)
Peritos e policiais civis participam da reprodução simulada, dentro da casa onde Domingas foi assassinada (Foto: Divulgação/PCMS)

Equipes da Polícia Civil realizaram nesta quinta-feira (7) reprodução simulada para entender de que maneira Domingas de Jesus Amorim Farias, 56 anos, foi morta a tiros pelo marido no dia 19 de novembro. Os fatos ocorreram na área rural de Alcinópolis, distante a 311 quilômetros de Campo Grande. O suspeito pelo crime, Laurenci Antônio Farias, 57 anos, foi preso quatro dias após o crime, depois de se apresentar na delegacia.

A reprodução durou duas horas e contou com a participação de quatro policiais civis, cinco peritos e foi acompanhada pela delegada responsável pelo caso, Andressa Vieira. Ao fim foram constatadas diversas hipóteses da dinâmica dos fatos. Neste primeiro momento, detalhes sobre a linha de investigação não podem ser revelados pela polícia.

A simulação foi realizada para que as dinâmicas dos fatos fossem descobertas, uma vez que Laurenci Antônio permaneceu em silêncio durante seu interrogatório e por não haver testemunhas.

No local, as equipes cumpriram mandado de busca e apreensão e encontraram na casa um revólver calibre 22. Além da arma, outros objetos que ajudaram na instrução processual foram apreendidos.

Corpo da vítima caído na entrada da casa. (Foto: Direto das Ruas)
Corpo da vítima caído na entrada da casa. (Foto: Direto das Ruas)

Caso - Domingas foi assassinada a tiros na fazenda que morava com Laurenci Antônio, em Alcinópolis. A vítima foi atingida na cabeça e caiu próximo da porta de um dos cômodos da residência. Após o crime, o suspeito ligou para o filho, confessou o crime e fugiu. Na casa onde ocorreram os fatos, a polícia encontrou um arsenal de armas pertencente ao suspeito.

A Polícia Militar informou que foi acionada pelo filho do casal. Ele contou que recebeu uma ligação do pai, por volta de 19h, em que ele afirmava ter matado a esposa. Quando o rapaz chegou na casa dos pais, encontrou a mãe morta e uma arma de fogo calibre 22 - possivelmente a usada no crime - em cima de uma mesa.

Traição - Conforme apurado pelo Campo Grande News, Domingas pediu separação após descobrir que Laurenci estava tendo um caso extraconjugal há 3 anos. De acordo com a delegada responsável pelo caso, Andressa Vieira, o homem tinha uma amante, por isso, a vítima decidiu dar fim ao casamento.

“Ela queria se separar por conta dessa traição, isso é o que apuramos até o momento. Isso pode ter motivado uma discussão, eles estavam sozinhos em casa”, explicou.

O caso extraconjugal de Laurenci foi descoberto pela Polícia Civil, após a amante do suspeito ser intimada a prestar esclarecimentos na delegacia. Segundo informações, a mulher mora em Costa Rica, cidade para onde o homem foi depois de cometer o crime.

“Logo depois dos fatos, ele foi para a casa dela. Lá ele confessou que tinha matado a esposa e disse ‘preciso te contar uma coisa, fiz merda, matei minha mulher’. Ela contou em depoimento que ficou desesperada e que ele comentou que se entregaria”, relatou a delegada.

Armas apreendidas na casa onde vítima e suspeito moravam (Foto: Divulgação/PCMS)
Armas apreendidas na casa onde vítima e suspeito moravam (Foto: Divulgação/PCMS)

Laurenci se apresentou na delegacia de Costa Rica na terça-feira (21). Durante depoimento, ele exerceu o direito de se manifestar apenas em juízo.

Além da amante do suspeito, o caseiro da propriedade rural, os filhos e as noras do casal também foram ouvidos. “Em um primeiro depoimento, todas as testemunhas disseram que estava tudo bem entre os dois, mas ouvidos novamente, relataram alguns problemas do casal. O caseiro tinha conhecimento que a relação não estava boa porque Laurenci já tinha dito que queria se separar”, esclareceu Andressa.

O caseiro relatou que no dia do crime tinha saído do local durante a tarde e não soube dizer se o crime ocorreu nesse intervalo. Ele afirma não ter ouvido nada.

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