Sem dinheiro em caixa, prefeitura vai atrasar salário de servidores
Secretário de Fazenda de Dourados anunciou atraso a partir deste mês em reunião nesta manhã na prefeitura
O salário dos seis mil servidores da prefeitura vai atrasar neste mês em Dourados, a 233 km de Campo Grande. O anúncio foi feito na manhã desta terça-feira (2) pelo secretário municipal de Fazenda Paulo Cesar Nogueira Junior em reunião com servidores no anfiteatro do CAM (Centro Administrativo Municipal).
A prefeita Délia Razuk (PL) ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso, mas o Campo Grande News conversou com servidores presentes na reunião e todos confirmaram o anúncio feito pelo secretário.
Os servidores ouvidos pela reportagem contaram que Paulo Cesar informou que a prefeitura ainda não tem previsão de quando vai pagar o salário de junho, que deveria ser depositado no quinto dia útil, na sexta-feira (5).
Segundo os relatos, existe expectativa de fazer o pagamento a partir do dia 10, mas não houve garantia por parte do secretário, já que a prefeitura depende do dinheiro de repasses estaduais e federais.
“O secretário disse que o salário de todos os servidores vai atrasar a partir deste mês até dezembro”, contou um servidor que pediu para não ter o nome divulgado. Segundo o servidor, Paulo Cesar Nogueira Junior relatou na reunião que a prefeitura tem atualmente R$ 8 milhões em caixa, mas a folha de pagamento com encargos é de R$ 34 milhões.
A reportagem procurou a assessoria de imprensa da prefeitura, mas a informação é de que o assunto não foi repassado para a comunicação. O Campo Grande News mandou mensagem para o secretário de Fazenda, mas ele não respondeu.
Vários servidores, inclusive da educação, informaram que não ficaram sabendo da reunião. Outros relatam que a reunião estava marcada para amanhã às 8h, mas foi antecipada para hoje e foi feita “apenas com alguns ‘gatos pingados’ que estavam no CAM”, conforme relatou um servidor.
Prefeitura em crise – No dia 29 de maio, Délia Razuk assinou decretou contingenciando R$ 31,7 milhões do orçamento do município por meio de cortes em diferentes setores da administração municipal. Como justificativa, alegou redução de transferências de recursos federais e necessidade de adequações à LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal).
No decreto, Délia determinou às secretarias municipais redução de 5% dos gastos com o funcionalismo, incluindo demissões de servidores comissionados, cortes de gratificações e adicionais e cancelamento de contratos de terceirização.
Entretanto, até apenas a redução das gratificações foi colocada em prática. A lista com a exoneração de servidores comissionados (cargos de confiança) ainda não foi publicada. A expectativa é que saia no dia 26 deste mês no Diário Oficial do Município.
No ano passado, a prefeitura adotou escalonamento para pagar salários, priorizando os servidores que ganham menos. No fim do ano teve dificuldade para pagar o 13º salário dos servidores e precisou usar a devolução de sobras do duodécimo da Câmara para depositar o abono de Natal.