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Interior

Sem-terra fecham rodovia em protesto contra fábrica e em favor das mulheres

Caroline Maldonado | 08/03/2016 07:34
Manifestantes são contra instalação de indústria em Maracaju (Foto: Divulgação/MST)
Manifestantes são contra instalação de indústria em Maracaju (Foto: Divulgação/MST)
Ato chama atenção para o alto consumo de agrotóxicos pela população brasileira (Foto: Divulgação/MST)
Ato chama atenção para o alto consumo de agrotóxicos pela população brasileira (Foto: Divulgação/MST)

Integrantes do MST (Movimento Sem-terra) e MCLRA (Movimento Camponês de Luta pela Reforma Agrária) fazem bloqueio, desde a madrugada de hoje (8), na MS-162, em Maracaju, a 160 quilômetros de Campo Grande. O ato é de combate a violência contra a mulher, em defesa da demarcação de terras indígenas e oposição a instalação de indústria de processamento de grãos na cidade, além da reivindicação da reforma agrária.

Segundo os movimentos, a manifestação, iniciada as 4h30, tem cerca de 400 mulheres e faz parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres. As sem-terra estão mobilizadas em todo Brasil, realizando marchas, ocupações, trancamento de vias, conforme a dirigente estadual do MST, Fabiana Aparecida.

"Queremos chamar a atenção da sociedade para nossas pautas. Estamos aqui em defesa da natureza, da alimentação saudável e contra o agronegócio". Outra bandeira, segundo a dirigente, é a luta pela demarcação das terras indígenas e pela defesa de seus direitos.

As mulheres questionam projetos do agronegócio em Maracaju, como a instalação da fábrica da BBCA, que processará milho e soja. Para os movimentos, a implantação da indústria coloca em risco a biodiversidade da região.

As mulheres lembram que a empresa foi responsável pela morte do Rio Huai, na China. Em Maracaju, a BBCA estará próxima do Rio Brilhante, conforme os movimentos. O ato destaca ainda o alto consumo de agrotóxicos pela população brasileira.

"Somos o país que mais consome veneno no mundo. O governo precisa dar mais atenção à agricultura familiar, que é quem alimenta a população. Enquanto o agronegócio recebe bilhões dos cofres públicos para exportar soja, nós recebemos cada vez menos recursos para colocar o alimento no prato do brasileiro. O ajuste fiscal aperta mais sobre a camponesa", protesta Fabiana.

Com relação a reforma agrária, o movimento promete ampliar a mobilização com mais manifestações, em relação ao ano passado. A intenção é pressionar o Governo Federal para retomar os processos de desapropriação.

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