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Interior

Senadora diz que reitora nomeada na UFGD foi escolhida por ser “neutra”

Soraya Thronicke (PSL-MS) disse hoje que ministro da Educação nomeou Mirlene Damázio para cumprir ordem judicial

Jones Mário e Helio de Freitas, de Dourados | 05/07/2019 14:11
Senadora Soraya Thronicke, em evento na UFMS, nesta sexta-feira (Foto: Henrique Kawaminami)
Senadora Soraya Thronicke, em evento na UFMS, nesta sexta-feira (Foto: Henrique Kawaminami)
Mirlene Damázio no lançamento do hino oficial da UFMS (Foto: Henrique Kawaminami)
Mirlene Damázio no lançamento do hino oficial da UFMS (Foto: Henrique Kawaminami)

A senadora Soraya Thronicke (PSL-MS) saiu em defesa da reitora temporária da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), nomeada no dia 10 de junho pelo ministro da Educação Abraham Weintraub.

Alvo de protestos de estudantes e professores desde a nomeação, Mirlene Ferreira Macedo Damázio não participou da eleição interna, nem apresentou o nome para a lista tríplice, mas foi escolhida com apoio de correligionários do presidente Jair Bolsonaro em Dourados.

Boa parte da comunidade universitária vê a decisão de Weintraub como intervenção na autonomia da UFGD, já que ele ignorou a lista tríplice, formada pelo vencedor da eleição Etienne Biasotto e pelos professores Jones Dari Goettert e Antônio Dari Ramos.

Jones e Antônio não se candidataram para a disputa interna, mas apresentaram os nomes para compor a lista – como prevê o estatuto da universidade. Por lei, o governo federal tem autonomia para nomear qualquer professor com doutorado para a reitoria das universidades federais.

Nesta sexta-feira (5), Mirlene e a senadora participaram do lançamento do hino oficial e selo alusivo aos 40 anos da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande.

“Devem estar passando informações erradas. Foi por força judicial. O Ministério Público Federal que entrou com ação. O juiz de primeira instância deu [suspendeu a lista tríplice], depois revogou. Porém o MPF recorreu, foi para o TRF 3 e foi concedido o agravo. E foi enviada a determinação para o MEC”, afirmou a senadora do PSL.

Soraya rebateu a acusação dos professores e do DCE (Diretório Central de Estudantes), de que a medida foi intervencionista e disse que Mirlene foi escolhida por ser “neutra”.

“Não foi intervenção estatal. Não foi intervenção do Executivo. As pessoas aproveitam para colocar aquela pimenta onde não deve. Ninguém imaginava que seria ela. Escolheu uma pessoa centrada, que conhece a universidade e acima de tudo neutra. Foi até elogiada por transitar em todos os lugares”, declarou Soraya, reafirmando que o ministro da Educação teve de cumprir ordem da Justiça. “Quem não cumpre decisão judicial é preso”.

Para alunos e professores, a nomeação de Mirlene Damázio foi feita “ao arrepio da legalidade” do processo da consulta prévia e da indicação da lista tríplice. “Uma interventora nomeada com notórios vínculos na campanha de uma chapa, cujo projeto ficou em último lugar no processo de consulta prévia à comunidade acadêmica”, afirmou a associação dos docentes, em nota.

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