Sesai negocia com índios, mas protesto por demissão de coordenador continua
Representante da Secretaria de Saúde Indígena está em Caarapó para negociar com índios; funcionários foram liberados ontem
Os índios de cinco aldeias da região de Caarapó, a 283 km de Campo Grande, continuam em protesto pela demissão do coordenador regional do polo-base da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena), Adalberto Araújo Corrêa.
Ontem, ele e outros funcionários da Sesai foram mantidos reféns dos índios dentro do posto, que fica em um bairro da cidade. À noite o grupo foi liberado após a chegada de um representante da coordenação estadual, que está em Caarapó para conversar com os índios.
Hilário da Silva, coordenador da Sesai em Mato Grosso do Sul, disse nesta tarde ao Campo Grande News que as negociações com os índios continuam, mas só daria mais detalhes após o encerramento da reunião que acontece em Caarapó.
“Já falamos com Brasília sobre a situação da nossa frota e recebemos a informação de que será feito esforço para aquisição de novos veículos ou até mesmo a terceirização desse serviço, mas vamos aguardar o fim da reunião para uma posição mais completa”, disse ele. A falta de veículos para atendimento de saúde nas áreas indígenas é um dos motivos do protesto.
Elson Canteiro Gomes, porta-voz dos manifestantes, disse que os índios estão irredutíveis quanto à demissão de Adalberto Corrêa. “Mandamos ofício para Campo Grande pedindo a demissão, porque as comunidades estão descontentes com o trabalho dele. O atendimento de saúde nas aldeias está muito ruim e a Sesai não atende as comunidades das áreas ocupadas”, afirmou Elson Gomes, ainda na segunda-feira.