STF manda prefeito cumprir pena por narcotráfico em regime semiaberto
Alexandrino Arévalo Garcia, prefeito de Aral Moreira, está condenado a quatro anos e oito meses por tráfico de cocaína
Condenado a quatro anos e oito meses por tráfico internacional de cocaína, o prefeito de Aral Moreira Alexandrino Arévalo Garcia (PSDB) poderá cumprir a pena em regime semiaberto. A decisão é do ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Em despacho do dia 26 de junho, publicado nesta quarta-feira (1º), Gilmar Mendes fixou o regime inicial semiaberto, contrariando decisão anterior que determinava o cumprimento da pena em regime fechado.
Por outro lado, o ministro julgou “prejudicados” os embargos de declaração apresentados pela defesa para tentar anular a condenação por associação criminosa. Os advogados do político tucano alegaram que os demais denunciados foram absolvidos desse crime e que não teria como Alexandrino se associar sozinho, tese rejeitada por Gilmar Mendes.
Assim que a 1ª instância da Justiça Federal em Mato Grosso do Sul for informada sobre a decisão do ministro da Corte superior, Alexandrino será notificado para começar a cumprir a pena. Como Aral Moreira não tem presídio, ele deverá passar a noite na delegacia da Polícia Civil e sair durante o dia para exercer o mandato.
Rota do pó – Alexandrino Garcia foi preso pela Polícia Federal em fevereiro de 2016, na Operação Materello, quando ainda era vereador da cidade de dez mil habitantes localizada a 364 km de Campo Grande, na fronteira com o Paraguai.
Inicialmente ele foi condenado a sete anos de prisão, mas recorreu e conseguiu reduzir a pena. Mesmo sentenciado por fazer parte de quadrilha internacional que trazia cocaína da Bolívia e despachava para a Europa através do porto de Santos, Alexandrino não cumpriu um dia sequer da pena. Em outubro de 2016, já réu por narcotráfico, foi eleito prefeito e exerce o cargo até hoje.
Denúncia do MPF (Ministério Público Federal) afirma que Alexandrino Garcia fazia parte de “bem estruturada narcoquadrilha formada por pelo menos 40 pessoas”. O papel dele na organização seria apontar a “melhor época” para a chegada da maconha vinda do Paraguai e a cocaína trazida da Bolívia.
Conversas telefônicas interceptadas nas investigações mostraram Alexandrino mantendo constantes contatos com outros membros da quadrilha, um deles Aley Araji, que também usava o nome de José Carlos da Costa. Ao negar o recurso da defesa, Gilmar Mendes cita essas conversas e recorda diálogo em que o atual prefeito negociava a compra de droga com “200 mil verdes”, que seriam dólares, segundo a investigação.