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Interior

TJ rejeita bloqueadores de celular em presídios

Pedido foi feito por promotor de Justiça de Dourados, mas negado por unanimidade pela 1ª Câmara Cível

Por Helio de Freitas, de Dourados | 08/08/2024 17:04
Penitenciária de Dourados, que deve receber tela para barrar entra de celulares (Foto: Divulgação/Agepen)
Penitenciária de Dourados, que deve receber tela para barrar entra de celulares (Foto: Divulgação/Agepen)

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul rejeitou pedido do Ministério Público Estadual para instalação de bloqueadores de sinal de celular na PED (Penitenciária Estadual de Dourados) e no Estabelecimento Penal de Regime Semiaberto e Aberto de Dourados.

A decisão foi tomada por unanimidade pela 1ª Câmara Cível do TJMS, conforme acórdão publicado nesta quinta-feira (8) no Diário Oficial da Justiça. A ação civil pública que originou o pedido – negado em primeira instância – tramita em segredo de justiça.

Na decisão, seguida pelos demais integrantes da 1ª Câmara Cível, o desembargador Marcos José de Brito Rodrigues citou que o sistema para bloquear sinal de celular se mostra ineficiente. Juntos, os dois presídios de Dourados possuem em torno de 3.200 internos, segundo a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário).

Conforme o relator, Acre, Sergipe, Rio Grande do Sul, São Paulo, Goiás e Bahia informaram possuir bloqueadores de sinal e apenas os dois primeiros utilizam o sistema de forma integral. “Pará, Amapá e Rio Grande do Norte deixaram de possuir, dada à insatisfação com os resultados”, citou.

O desembargador pontuou ainda o alto custo para implantação da tecnologia, de pelo menos R$ 4,6 milhões anuais apenas para locação dos equipamentos para atender os dois estabelecimentos prisionais de Dourados.

“O deferimento da tutela antecipada [recurso do MP] pode trazer prejuízos irreversíveis, dada à ausência de verossimilhança, posto que o sistema de bloqueio, ao que parece, é oneroso e destituído de eficácia comprovada”, afirmou o relator em seu voto.

Presos trabalham na instalação de telas na Máxima de Campo Grande, em maio deste ano (Foto: Agepen)
Presos trabalham na instalação de telas na Máxima de Campo Grande, em maio deste ano (Foto: Agepen)

Telas de proteção – Consideradas mais eficazes que os bloqueadores de sinal, as telas sobre pavilhões e solários estão sendo instaladas gradativamente em presídios de Mato Grosso do Sul.

Segundo a Agepen, em 14 deles o sistema já está 100% concluído e em fase de instalação no Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho e no Instituto Penal. Para os dois presídios de Dourados, o serviço tatá “em fase de levantamento de orçamento”.

Em maio deste ano, o diretor-presidente da Agência, Rodrigo Rossi Maiorchini, disse que entre as unidades onde o telamento já foi instalado, a apreensão de celulares caiu a quase zero.

Na prática, as telas funcionam como barreira física para impedir que celulares e drogas arremessados sobre a muralha cheguem aos presos. Segundo a Agepen, na Penitenciária de Naviraí, desde 2021 não há registro de apreensão de celulares com os presos.

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