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Interior

Trio é condenado a 71 anos de prisão por matar cobrador de jogo do bicho

Crime ocorreu há 13 anos, em Três Lagoas. A vítima foi executada com 10 disparos de arma de fogo

Danielle Valentim | 15/03/2018 10:10
Julgamento teve início às 10h e teve duração de 12 horas no Fórum de Três Lagoas. (Foto: JP News)
Julgamento teve início às 10h e teve duração de 12 horas no Fórum de Três Lagoas. (Foto: JP News)

O bicheiro Anário Mariano Filho foi condenado, na noite de quarta-feira (14), por mandar assassinar o próprio funcionário Maurício Rodrigues Oliveira há 13 anos, em Três Lagoas, a 338 km de Campo Grande. A soma das penas do mandante e “matadores de aluguel” ultrapassa 71 anos de prisão, em regime fechado.

O paranaibense Anário foi condenado por ter sido o mandante do homicídio qualificado, a 24 anos de prisão, o executor Ednaldo Rocha Alves, a 26 anos e oito meses, e Lindomar José de Souza, que teria pilotado a moto, a 21 anos e quatro meses de prisão. O julgamento teve início às 10h e teve duração de 12 horas no Fórum de Três Lagoas.

O crime ocorreu no dia 27 de maio de 2005, quando Mauricio foi alvejado com dez tiros em frente de sua casa. Para o MP/MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) os três planejaram a morte de Maurício, que conforme o inquérito trabalhava como recolhedor do dinheiro de uma banca de jogo do bicho, de propriedade de Anário.

A acusação tomou como base o depoimento de testemunhas, conforme publicação do JP News. A defesa desqualificou os depoimentos e negou o crime, cinco advogados defenderam o trio.

Motivo - Para o Ministério Público não restou dúvidas de que Anário contratou Ednaldo e Lindomar para executar Maurício, depois de um desentendimento, a respeito de uma aposta no valor de R$ 2,5 mil, que teria desaparecido da prestação de contas do funcionário.

Ednaldo usou uma pistola 765, que seria de Anário, para matar Maurício, na porta de casa. A acusação ainda afirmou que Lindomar teria recebido R$ 10 mil para pilotar a moto que levou os dois até a casa da vítima. O JP News, procurou Fidelcino Moraes, um dos advogados do trio, porém ele não atendeu às ligações.

Outro crime - Ainda em 2005, o fazendeiro Anário Mariano, à época com 44 anos, se envolveu na morte de uma jovem de 22 anos. Helen Cristina foi espancada até a morte em um hotel, no Centro de Três Lagoas. Ao site Perfil News, Anário relatou que por volta das 23h saiu de uma choperia, próximo ao hotel, onde estava hospedado com a vítima. Ao chegarem ao apartamento, a vítima teria ido ao banheiro tomar banho. Um dos filhos ficou hospedado em outro quarto.

Logo depois, Anário teria ido ao banheiro e passou a ouvir gritos de Helen. Ao sair do quarto se deparou com o ex-marido da vítima, identificado como Alexandre. Anário voltou ao banheiro e Alexandre tentou arrombar a porta. Enquanto isso, segundo o fazendeiro, a vítima implorava para que o ex-marido parasse as agressões, mas logo em seguida houve silêncio.

Ainda segundo o fazendeiro, o vigia do hotel havia sido rendido minutos antes do fato, com uma arma e obrigado a entregar a chave mestra para entrar no quarto. O vigia foi trancado em um dos apartamentos, mas conseguiu fugir e acionar a polícia. Depois do crime, ainda de acordo com Anário, Alexandre, que era mecânico na cidade de Paranaíba teria fugido em uma moto.

À época, o crime foi investigado pelo delegado do 1º distrito policial de Três Lagoas, Carlos Roberto Giacomelli. Helen foi morta por espancamento. Foram encontradas perfurações no osso craniano, proximidades na nuca, além de exposição de massa encefálica.

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