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Interior

Vereador e coordenador de Prefeitura estão entre os presos na Aldeia Buriti

Francisco Júnior | 30/08/2011 06:58

Polícia Federal realizou operação na tarde ontem

O coordenador de Políticas para a Comunidade Indígena da Prefeitura de Dois Irmãos do Buriti, Arildo Alcântara, e o vereador Percedino Rodrigues (PT), estão entre os sete presos transferidos ontem para Campo Grande pela Polícia Federal após operação na aldeia Buriti, em Sidrolãndia.

Eles são suspeitos de envolvimento em crimes de sequestro, cárcere privado, porte e uso de armas de fogo. Entres os presos estão também líderes indígenas. Quatro revólveres, calibres 38 e 22, e três espingardas foram apreendidas durante ação da Polícia Federal na aldeia Buriti, em Sidrolândia, na manhã de ontem.

Operação - Durante a operação foram presos seis líderes. Eles foram encaminhados, primeiro, para a sede da PF em Campo Grande e, depois, para o Presídio de Trânsito da Capital. A prisão temporária é válida por cinco dias. Segundo a Polícia foi instaurado inquérito para apurar crimes de ameaça, cárcere privado, posse e porte ilegal de arma de fogo.

Segundo a PF, as prisões são decorrência de crimes que teriam acontecido durante a retomada da fazenda 3R e vão consolidar mais provas contra as lideranças. A PF vai ainda elaborar ofício para o sistema presidiário do Estado porque a Polícia não tem custódia para manter os indígenas.

Retomada - Os índios da região são de etnia terena e avançaram na retomada da fazenda 3R em maio deste ano. Somente durante este episódio de retomada, os indígenas mantiveram refém o coordenador regional da Funai, Edson Fagundes e ainda o chefe do Meio Ambiente, Ricardo Araújo.

Desde então, mais de 2 mil indígenas ocupam a região.

Os terena lutam pela demarcação da terra indígena Buriti, correspondente a 17,2 mil hectares, reivindicada há décadas, mas que só foi identificada pela Funai em agosto de 2001.

Após a publicação do relatório de identificação, fazendeiros da região pediram na Justiça que fosse declarada a nulidade da identificação antropológica.

Depois de nove anos de espera, com a decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, de São Paulo, reconhecendo os direitos territoriais dos terena, foi publicada a portaria declaratória pelo Ministério da Justiça, com os limites da terra indígena Buriti.

De lá para cá, foram diversas movimentações do povo terena pedindo rapidez no julgamento dos processos e a conclusão das demarcações. Em Outubro de 2009, houve uma grande mobilização de retomada de terras, em que os terena acabaram sendo violentamente expulsos por ação da Polícia Militar do Estado em conjunto com fazendeiros, sem que houvesse ordem judicial para isso.

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