Vídeo de trilha submersa corre o mundo e busca pelo passeio aumenta
Curiosidade em conhecer lugar onde o registro foi feito vem provocando aumento das reservas; já tem solicitações até o fim do ano
As imagens gravadas no início do mês de fevereiro durante a cheia na nascente do rio Olho D'água, na cabeceira do Rio da Prata, em Jardim, a 233 quilômetros de Campo Grande, estão circulando não só pelo país, mas também pelo mundo. Em uma única postagem, feita pela National Geographic em seu perfil oficial no Facebook, o número de visualizações ao meio-dia desta terça-feira (27) chegava a 3,5 milhões.
A publicação teve ainda outros 53 mil compartilhamentos, comprovando o quanto a situação vem encantando não apenas os sul-mato-grossenses. A divulgação das imagens acabou trazendo ainda mais visibilidade para o passeio que, de acordo com a assessoria de comunicação do Recanto Rio da Prata, já tem solicitação de reservas até o fim do ano.
"Estamos acompanhando toda a repercussão e ficamos felizes pois a divulgação do vídeo permite que muitas pessoas descubram as belezas da região. Após a divulgação do vídeo recebemos muitos contatos de pessoas interessadas em visitar o atrativo e estamos com solicitações de reservas até o fim do ano", afirmou a assessoria em nota.
Quem trabalha com a venda do passeio, confirma que a procura aumentou. "Nossa agência sentiu esse aumento sim e, principalmente, que a curiosidade das pessoas em conhecer o lugar que vem circulando na internet e passando na TV, tem sido ainda maior", afirmou o dono de uma agência de viagens, José Luiz Amorim Dentinho.
Apesar do aumento na procura, o passeio é limitado. "Tudo é planejado levando em conta o limite estabelecido de 150 pessoas por dia", explica o comerciante.
Um dos aspectos que mais impressiona nas imagens feitas pelo guia turístico Waldemilson Vera, é a transparência da água mesmo com a cheia do rio. Para o quem cuida do espaço, a preservação das matas ciliares é a principal explicação para o fenômeno. "Apesar da chuva atípica, o rio Olho D'água, onde acontece o passeio de trilha e flutuação, só se mantém cristalino devido à preservação das suas matas ciliares mostrando o quão importante é a implantação das unidades de conservação", afirmou ainda a assessoria do Recanto.
O aumento da procura pelo passeio também é reflexo na rotina de quem acompanha os turistas pela trilha. "Eu tirei uns dias de folga e fui para Campo Grande, mas ainda recebia ligações para ver minha disponibilidade em acompanhar os grupos pelo passeio. Inclusive, eu tô voltando mais cedo para guiar um grupo ainda hoje", afirmou a guia de turismo Maria Senir Scherer, de 58 anos.
Cheia - As imagens foram gravadas na manhã do dia 2 de fevereiro pelo guia de turismo Waldemilson Vera. O nível do rio já havia baixado no fim do dia, mas o registro vem circulando até hoje pelas redes sociais.
Os vídeos impressionam devido à beleza da água, mesmo com a cheia, tendo avançado sobre uma trilha. Pelas imagens é possível ver o quanto o nível da água ficou acima do normal, deixando pontes, árvores e toda uma área usada em passeios turísticos debaixo d'água. Até uma "bacuri", espécie de coqueiro do cerrado, ficou com os frutos submersos.
O vídeo já foi compartilhado e divulgado em diversos canais, jornais, televisão e, principalmente, nas redes sociais.