Ministério Público investiga se PCC pagou faculdade para advogada
Como em outros casos envolvendo o PCC (Primeiro Comando da Capital), o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) investiga se a facção criminosa bancou a faculdade da advogada Daniela Dall Bello Tinoco Roldão, 27 anos.
Ele é uma das pessoas presas hoje, durante Operação Blecaute, desencadeada em 6 municípios do Estado para desarticular a organização comandada de dentro dos presídios de Mato Grosso do Sul.
A jovem formada há apenas 6 meses já tinha influência junto à facção e era chamada de “doutora”, o que levanta suspeitas sobre as ligações antes mesmo da conclusão do curso.
Segundo as investigações, Daniela era acionada sempre que algum preso precisava forjar álibis ou cenas de crimes, como flagrante de tráfico de drogas.
O Ministério Público garante que ela tinha metas, cotas a cumprirem, com número mínimo de presos a serem soltos por mês. “Tinha de repassar um relatório identificando todas as ações e andamentos dos processos”, explica o promotor Marcos Alex de Oliveira.
O Gaeco garante que a advogada recebia todo mês uma quantia, mas não revelado o valor, apenas que era ‘alto’. Daniela é considerada “coadjuvante em outros crimes” e será indiciada por formação de quadrilha e associação ao tráfico.
As suspeitas sobre ela começaram por conta do número de presos que Daniela atendia ligados ao tráfico de drogas. "O padrão de ação dela era diferente de outros advogados".
No site do Tribunal de Justiça, mais de 95% dos casos nas mãos da advogada são referentes a tráfico de drogas. Um dos clientes é Devanir de Lima Moreira, apontado como membro de quadrilha de narcotraficantes de São Paulo. Também defense Thiago Cintas Bertalia, vulgo Gianechini, preso pela participação de assassinato do policial aposentado Otacílio Pereira de Oliveira, 60 anos, em Três Lagoas.
Questionado sobre a possibilidade relação mais íntima de Daniela com um dos presos, o promotor apenas disse: "Não vou comentar nada da vida pessoal dela".