Mortalidade infantil caiu; morte entre mães é ponto ruim
O mapa sobre a qualidade de vida na infância que o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) divulgou hoje evidencia uma melhora da situação brasileira. O país evoluiu 27 posições num quesito considerado prioritário, o índice de mortalidade infantil, entre 1990 e 2006, passando de 113ª para 86ª posição no ranking mundial. Quando o assunto são os estados, Mato Grosso do Sul aparece em uma boa posição. Tem o 5º menor índice de mortalidade infantil tanto antes dos 5 anos quanto antes do primeiro ano de vida. Comparada à classificação estadual de 1991, MS ganhou duas posições, considerando que naquele ano tinha o 7º lugar no ranking da mortalidade infantil.
Segundo os dados, o índice sul-mato-grossense era, em 2006, de 21,6 mortes antes de completar 5 anos, a cada mil nascidos vivos. Entre as crianças que não chegam a completar um ano de vida, o índice estava, em 2006, em 18,5 a cada mil nascidas vivas. Em 1991, o índice chega a 31 mortes por mil nascidos vivos. O resultado atual indica uma queda de 40% nos registros.
Mortalidade materna - Mas, como ressalta o relatório, há muito que melhorar. Em Mato Grosso do Sul, destaca-se o dado referente à mortalidade materna. O índice em 2005 foi o 7º maior do País, com 70 óbitos a cada cem mil partos. Os dados indicam que está havendo uma tentativa dos órgãos responsáveis pela saúde de melhorar esse quadro, já que, em outro indicativo, o de mães que fazem pelo menos seis consultas durante o pré-natal é o 6º maior no País. Segundo o relatório divulgado, 6,18% das mães sul-mato-grossenses fazem esse número de consultas.
O Unicef relatou também a quantas anda a situação de miséria na infância e juventude brasileiras. No País, metade das famílias com crianças até 6 anos são consideradas pobres, com renda per capita até meio salário mínimo. A realidade estadual é um pouco melhor: 43% das crianças e adolescentes até 17 anos estão nessa condição financeira. Em relação às outras unidades da federação, é o 7º menor índice de pobreza.
Estar nessa posição não significa que a infância sul-mato-grossense passe incólume a problemas que são registrados em todo o Brasil, entre eles a desnutrição infantil, notadamente entre as crianças indígenas. No estudo do Unicef, Mato Grosso do Sul aparece numa situação confortável, se comparada a outros estados, com 2,4% das crianças com menos de 2 anos apresentando quadro de desnutrição, o 16º maior percentual no País. Há estados como Alagoas, o campeão desse mal, em que 7% das crianças de até 2 anos estão com o estágio nutricional abaixo do ideal.
Uma outra condição básica para a cidadania, o registro de nascimento, ainda não chega a todas as crianças no País e do Estado, apesar das iniciativas para ampliar o acesso aos direitos essenciais. No País, em 2006, 12,7% das crianças de até um ano não tinham registro civil. No Estado, o percentual era menor, de 7,4%. O registro é gratuito.
O relatório do Unicef baseiase principalmente nas informações disponíveis no País referentes à chamada primeira infância, até os 6 anos de idade. No País, é um universo de 21 milhões de habitantes nessa faixa etária. Dessas, 258 mil são de Mato Grosso do Sul, onde essa faixa etária representa 11,3% da população, de 2,3 milhões de habitantes.