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Cidades

MS vai testar por um mês máquina que atrai e “engole” fêmea do Aedes

Flávia Lima | 19/02/2016 17:28
Modelo da máquina que será apresentada aos técnicos do governo. (Foto:Divulgação)
Modelo da máquina que será apresentada aos técnicos do governo. (Foto:Divulgação)
Mauro Lúcio Rosa, coordenador estadual do Controle de Vetores diz que governo continua em busca de medidas que auxiliem no combate ao Aedes. (Foto:Arquivo/Campo Grande News)
Mauro Lúcio Rosa, coordenador estadual do Controle de Vetores diz que governo continua em busca de medidas que auxiliem no combate ao Aedes. (Foto:Arquivo/Campo Grande News)

O governo do Estado, através da Controladoria Estadual de Vetores vai conhecer, na próxima segunda-feira (22), uma máquina, de fabricação norte-americana, que "engole" a fêmea do mosquito Aedes aegypti, responsável por transmitir, através de sua picada, a dengue, chikungunya e zika vírus.

Apesar de o coordenador estadual de controle de vetores, Mauro Lúcio Rosa, afirmar que a intenção é montar um projeto-piloto para a utilização do equipamento, o empresário Juan Carlos Pacheco Ormachea, proprietário da empresa Mosquitron, que representa a fabricante americana, confirmou que a máquina será utilizada como teste por um mês no Estado.

A apresentação aos técnicos do governo será feita por um representante da Mosquitron em Campo Grande e a ideia é mostrar as várias formas de utilização da máquina, hoje orçada em R$ 10 mil a unidade. Segundo Juan, o equipamento também pode ser alugado, no entanto esse tipo de transação vem sendo feita apenas em São Paulo ou em localidades onde existem distribuidoras. "A máquina precisa de manutenção mensal e por enquanto não há distribuidora em Campo Grande, mas temos a intenção de montar uma logo", explica.

O empresário diz que vem trabalhando para baratear a máquina e também para facilitar a compra pelos gestores públicos, sem a necessidade de licitação. "Acredito que é um equipamento de utilidade pública e estamos correndo atrás dos trâmites legais para agilizar o processo", ressalta o empresário que comprou a Mosquitron em dezembro.

Atualmente, a empresa tem clientes em cidades do Nordeste, São Paulo, Mato Grosso e Rio de Janeiro.

Desde o início do ano o governo do Estado vem buscando conhecer tecnologias e alternativas que possam somar ao combate mecânico do Aedes aegypti. Há um mês, uma outra empresa do interior paulista chegou a apresentar um projeto de utilização de um mosquito transgênico, criado em laboratório e que, ao cruzarem com a fêmea, impedem que esse filhotes cheguem a fse adulta.

No entato, em um primeiro momento, o projeto foi descartado devido ao tempo que levaria para ser aplicado e surtir efeito. "Nós continuamos em busca de soluções que nos ajudem a combater o mosquito de forma rápida, mas é sempre importante lembrar que as medidas de prevenção e controle de focos não devem parar. São elas que garantem a eficácia de qualquer ação", ressalta Mauro Lucio.

Aspirador- A máquina que será apresentada ao governo foi desenvolvida, há dez anos, pela American Biophysics Corporation, empresa criada há 25 anos e que conta com representante no Brasil há sete anos. 

O equipamento, conforme explica Juan Carlos, representante da empresa americana, tem a capacidade de eliminar 3,5 mil mosquitos por semana e funciona como um aspirador gigante, que suga não apenas as fêmeas do Aedes, mas de todos os mosquitos hematófagos, ou seja, que se alimentam de sangue e provocam, além da dengue, doenças como febre amarela, encefalite, malária e leishmaniose.

O segredo para atrair as fêmeas está na combinação do gás carbônico (CO2), –maior responsável pela atração dos mosquitos e octenol, um produto natural derivado das plantas. Para atrair a fêmea do Aedes, o equipamento também utiliza um botijão com feromônio sintético, substância responsável pela atração sexual em mamíferos e alguns insetos.

Uma vez atraídos, os insetos são sugados e depositados em uma rede, onde morrem por desidratação. Juan explica que a máquina pode ser utilizada em diversos tipos de ambientes, desde empresas, área rura até escolas e condomínios, já que não utiliza qualquer tipo de pesticida.  

Insetos benéficos ao meio ambiente, como abelhas, borboletas, besouros e joaninhas não são atingidos por essa técnica já testada e aprovada por órgãos de segurança e saúde, de acordo com o proprietário da empresa. "Já nos primeiros dias de utilização da máquna é possível observar um resultado positivo", atesta.

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