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Cidades

OAB vê indícios de arbitrariedade em treinamento de agentes na Máxima

Relatório apresentado nesta sexta-feira foi encaminhado ao Ministério Público

Michel Faustino | 20/05/2016 16:53
O presidente da CDH, Chistopher Scapinelli, (esquerda), apresentou o relatório ao Conselho Seccional da OAB-MS. (Foto: Divulgação)
O presidente da CDH, Chistopher Scapinelli, (esquerda), apresentou o relatório ao Conselho Seccional da OAB-MS. (Foto: Divulgação)

Relatório com base em vistorias feitas pela CDH (Comissão de Direitos Humanos) da OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil) apontou indícios de arbitrariedade por parte dos agentes penitenciários durante treinamento feito no dia 13 de abril no Presídio de Segurança Máxima, em Campo Grande. A ação resultou na apreensão de celulares, armas e detentos lesionados.

O documento, que contém informações sobre as supostas agressões e práticas de tortura nos internos do presídio, foi apresentado na manhã desta sexta-feira (20) ao Conselho Seccional da OAB-MS pelo presidente da CDH, Chistopher Scapinelli.

O relatório é resultado de inspeções feitas in loco pela comissão que identificou alterações de rotinas e supressão de direitos dos internos no Presídio de Segurança Máxima.

Conforme Chistopher, alguns detentos apresentaram sinais de ferimentos e outros descreveram ações de represália.

“Nós constatamos atitudes que caracterizaram tortura e abuso de poder dos agentes penitenciários, por meio de denúncias e dos depoimentos dos internos. Repassamos para o MPE, o entendimento sobre o que apuramos nas visitas ao local”, disse o presidente da CDH.

Scapinelli explica que o diálogo estabelecido pela comissão com o Ministério Público Estadual, Agepen, Conselho Penitenciário e o Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de MS, foi fundamental para a normalização do sistema prisional do estado.

“O papel da OAB foi relevante porque nessa intermediação de interesses conseguimos dirimir todos os problemas. Tivemos muito sucesso na nossa missão, a partir do encerramento da greve, da regularização dos atendimentos dos internos, das visitas e rotinas que foram mantidas", finalizou. Segundo Christopher, o Ministério Público garantiu, ainda, que nas próximas ações de pente-fino a CDH será avisada com antecedência.

O relatório apresentado nesta sexta-feira foi encaminhado a 50ª Promotoria de Justiça de Campo Grande do MPE (Ministério Público Estadual) e deve servir de base para instauração de procedimento preparatório para investigar às denúncias feitas pelos internos.

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