Em negociação salarial, policiais ameaçam com aquartelamento e "tolerância zero"
As polícias Civil e Militar decidiram partir para o ataque
Insatisfeitas com a proposta de reajuste salarial do governo do Estado, as polícias Civil e Militar decidiram partir para o ataque. De hoje até quarta-feira, os policiais civis realizam operação-padrão. Já os policiais militares, segunda maior categoria do funcionalismo público estadual, decidem nesta segunda-feira se vão se aquartelar ou realizar operação “tolerância zero” nos próximos dias.
De acordo com o vice-presidente da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiros, Cláudio Mario Salvador Menezes de Souza, a reunião com o governador André Puccinelli (PMDB), na última sexta-feira, não teve avanços.
Ele propõe reajuste de 5%. Enquanto a categoria quer indexar o salário dos soldados ao de coronel, posto máximo da Polícia Militar. Neste cenário, neste ano o soldado receberia 17% dos vencimentos de um coronel; 21% em 2013 e 25% em 2014. Chegando ao salário inicial de R$ 3.702.
“Até 2014, queremos receber 25%. Porém, o governador disse que a proposta é inexequível e ofereceu reajuste menor do que a inflação”, afirma o vice-presidente. A inflação acumulada nos últimos 12 meses foi de 5,2%.
Hoje, pode ser decidido o aquartelamento. O cumprimento da escala de serviço dentro dos quartéis é um recurso para que o movimento não seja tipificado como greve, prática vedada à Polícia Militar. Neste caso, seria mantido 30% de serviço essencial.
Outra opção, de acordo com o vice-presidente, é a operação-padrão em todo o Estado, com a intensificação dos trabalhos. Mato Grosso do Sul tem seis mil policiais militares na ativa.
Paralisação - Já a Polícia Civil busca reajuste de 25%. Contudo, o governador oferece 8%. Na próxima quarta-feira, serão realizadas assembleias regionais. Caso não haja avanço na negociação, o desfecho mais provável é uma paralisação de 24 horas, que deverá ser realizada na quinta ou sexta-feira.
De acordo com o presidente do Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis), Alexandre Barbosa da Silva, o reajuste de 25% é para a base: investigador, escrivão, agente de polícia científica e perito papiloscopista. Com o reajuste, o salário passaria de R$ 2.142 para R$ 2.600.
Os policiais estão em operação-padrão. “Vamos trabalhar mais. Mostrar o nosso valor. Sensibilizar o governo e a população”, afirma Alexandre da Silva. No ano passado, os policiais civis tiveram a carreira reorganizada e receberam reajuste linear de 6%. Contundo, para alguns, foi concedido mais 9,5%, totalizando 15,5%.