Puccinelli vai descontar salário e fazer anotação em ficha de grevistas
O governador André Puccinelli (PMDB) declarou na manhã desta quinta-feira (10) que não vai ceder à pressão dos policiais civis que ficaram 24 horas em greve e deve puni-los com desconto do dia paralisado e com anotações na ficha do servidor. Puccinelli disse que os policiais não vão obter nada sob pressão:
“Sob pressão eu sou igual burro empacado. Não atendo. Governo que atende sobre pressão é governo frouxo”. Puccinelli disse que a maioria dos manifestantes que protestaram ontem (9) são aposentado e os que não se encaixam neste grupo terão o dia de trabalho descontado do salário. Quanto às anotações na ficha, o governador afirmou que pode trazer prejuízo aos servidores. Ele explica que aquele que estava na fila para ser promovido pode ir para o último lugar.
Puccinelli alega que os policiais não fizeram nenhum comunicado por escrito para solicitar audiência e mesmo assim, ele já tinha marcado uma agenda com eles, o que não foi respeitado. Puccinelli afirma que não se nega a conversar com os policiais e ressaltou que a mudança salarial acontece só no dia 1º de maio, que é a data base.
O governador disse ainda que aposta com quem quiser que o salário no Estado está entre os dez melhores do País. Questionado sobre as condições do prédio, que não teria banheiro e nem bebedouro, o governador relatou que já conversou com os responsáveis, que devem resolver o problema.
Puccinelli esclareceu ainda que o aumento de salário deve ser planejado, para evitar que o pagamento saia com atraso. Além disso, ressaltou que já convocou 2.700 policiais entre militares e civis na sua gestão.
Aproximadamente 200 policiais se reuniram em frente ao Cepol, que fica na rua Ceará, e decidiram cruzar os braços por 24 horas. A outra opção da classe era definir sobre a paralisação somente após a reunião com o governador André Puccinelli (PMDB), agendada para o dia 29 deste mês.
Segundo o presidente do Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis), Alexandre Barbosa, os policiais reivindicam melhora nas condições de trabalho, principalmente no Cepol, onde funcionam cinco delegacias especializadas: Homicídios, Crimes Fazendários, Contra a Ordem Pública e Social; de Atendimento à Infância e à Juventude e Capturas.
Conforme o sindicalista, o imóvel não tem condições mínimas de funcionamento. “Sem bebedouro, sem banheiro. Os policiais estão tendo que usar o banheiro do posto de combustíveis que fica ao lado”, fala Alexandre.