Reforma feita por detentos vai durar 4 meses e gerar economia de 75% para MS
Presos vão fazer obras de reparo na 4ª Delegacia de Polícia, na Moreninha II
A reforma da Delegacia de Polícia do Bairro Moreninhas II, primeira a passar por obra pelo projeto “Mãos que constroem”, lançado nesta quinta-feira (15), deve ficar pronta em 4 meses e gerar economia de 75, 4% para os cofres estaduais. Utilizando mão de obra de detentos do regime aberto e semiaberto, o programa vai pagar um salário mínimo para cada trabalhador e custear o material da obra.
Segundo dados do governo, se a reforma ocorresse nos moldes normais, com licitação e contratação de empresa, custaria R$ 500 mil. Já o programa com os detentos custará R$ 123 mil.
Na quarta-feira (14), o TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) e o governo entregaram a reforma da sexta escola do projeto semelhante ao lançado hoje. Na ocasião, foi anunciada que a delegacia das Moreninhas II será a primeira a passar por reforma.
Segundo o secretário da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), José Carlos Barbosa, o recurso que será investido na obra é fruto do repasse do MS mais Seguro, projeto que destina verbas para fortalecer o setor em MS.
Depois do “sucesso” nas escolas, o Executivo Estadual entendeu como positivo levar a mesma ideia para as unidades de segurança, afirmou o secretário. A ideia é que depois os quartéis da PM (Polícia Militar) e Corpo de Bombeiros também passem por obras.
Além do salário mínimo, o detento que trabalhar na reforma terá um dia de sua pena descontado, a cada três dias trabalhados. Na obra do 4º DP, atuarão 10 detentos, que reformarão as partes elétricas, hidráulica e de pintura interna e externas, de acordo com a delegada titular, Marilda do Carmo.
Conforme explicou, na delegacia da Moreninha, atuam 29 policiais, tem seis celas, das quais duas estão em desuso por falta de condição. “Com esta reforma, os policiais vão trabalhar com mais qualidade e trabalhar em um ambiente mais saudável”. No local, estão 45 presos por pensão alimentícia.
Um dos detentos que já participou do projeto nas escolas, Nezimatos Silva, 44 anos, também vai trabalhar nas delegacias. Para ele, além da experiência, já que é pintor, esta será uma oportunidade de “dar uma volta” em sua vida e mostrar para a sociedade que quer uma nova vida.
Idealizador do projeto, o juiz Albino Coimbra Neto, afirmou que o projeto ainda terá o apoio do Senai, que vai disponibilizar cursos e treinamentos para os detentos. O objetivo é que os participantes aprendam uma profissão ou aprimorem os conhecimentos.
O governador do Estado, Reinaldo Azambuja (PSDB), ressaltou que as seis escolas reformadas por detentos trouxeram economia de R$ 2 milhões. “É possível reparar os erros e reintegrá-los à sociedade, em uma profissão que traga dignidade”, disse afirmando que o projeto foi uma criação de oportunidade: primeiro dos detentos trabalharem, reduzirem a pena e o estado economizar.