Sem ajuda da Prefeitura, Hospital Nosso Lar cortará 80 dos 120 leitos
O Hospital Nosso Lar, o único voltado para o atendimento psiquiátrico na Capital, pode fechar mais 30 leitos no próximo ano se não receber repasse do município. Neste ano, a instituição já reduziu o número de vagas, de 120 para 70.
A Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul realizou uma reunião, na tarde desta quarta-feira (9), para discutir a situação financeira do Hospital Psiquiátrico Nosso Lar, em Campo Grande. A instituição funcionou por quatro meses com déficit de R$ 200 mil e anuncia que partir de agora não vai mais “financiar pacientes do SUS”.
Durante a reunião, onde estavam presentes a presidente da Comissão de Saúde, deputada Mara Caseiro (PMB), Onevan de Matos (PSDB) e Grazielle Machado (PR), o diretor-presidente do Hospital Nosso Lar, Enier Fonseca, mostrou as dificuldades da instituição e a incerteza que tem para 2016 quanto aos repasses do Governo do Estado e da Prefeitura Municipal.
Segundo o gestor, o Nosso Lar deveria receber um total de R$ 540 mil mensais, referentes aos repasses do governo, prefeitura e SUS, mas recebia apenas R$ 352 mil. Paulo Enier afirmou que por conta disso teve de reduzir de 120 para 70 o número de leitos em outubro deste ano.
Estiveram presentes no encontro a gerente de Saúde Mental da Secretaria Estadual de Saúde, Michele Scarpin, e a superintendente de Gestão Estratégica da Secretaria Estadual de Saúde Edelma Peixoto. Os representantes da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) foram convidados para o evento mas não compareceram.
Hoje o Nosso Lar atua com nove médicos e 70 enfermeiros distribuídos em quatro turnos. O contrato com a Prefeitura se encerrou em agosto deste ano, e segundo Enier Fonseca, a direção tenta reestabelecer convênio com o município, que teria de repassar R$ 65 mil por mês.
A prefeitura Municipal, por meio da assessoria, informou que possui convênio com o Nosso Lar e repassa cerca de R$ 200 mil por mês, dependendo dos leitos ocupados.
Se permanecer sem o vínculo com a prefeitura, o Nosso Lar terá de fechar 30 leitos para os pacientes de Campo Grande e operar apenas com 40 vagas, que seriam correspondentes ao Governo do Estado.
Outro fator destacado pelo dirigente são os atrasos no repasse do Governo Estadual. Segundo ele o dinheiro público serve para pagar a folha obrigatóriamente até o quinto dia útil, mas com o atraso, ele tem de buscar recursos próprios até que venha o dinheiro estadual.
A instituição também pede que, a partir de agora, sejam estabelecidos convênios com pelo menos um ano de vigência, o que deve trazer segurança para o hospital.