Sem dados de infestação, prefeitura antecipa combate à dengue
A prefeitura de Campo Grande apresentou, na tarde de hoje (26), o Plano Municipal de Combate à Dengue para 2013/2014. Sem números do quadro atual de infestação nos bairros, número de casos notificados e óbitos constatados pela doença, a administração da Capital antecipou o combate a dengue para evitar nova epidemia.
Também foram contratados mais agentes e caminhões borrifadores. Os bairros contemplados com mutirão de limpeza foram ampliados. Até as redes sociais, como o Facebook e Twitter, vão contribuir no combate à dengue, segundo o município.
“Quando assumimos a administração, em janeiro, não tínhamos condições de agir preventivamente, como acontecerá agora”, comentou o secretário municipal de Saúde, Ivandro Fonseca, sobre o planejamento estratégico da equipe técnica da prefeitura.
As ações começaram em junho, segundo Ivandro, e agentes comunitários de saúde já visitavam as casas, mas serão intensificadas a partir de agora.
Mais agentes de saúde – O quadro de agentes de saúde foi reforçado em 300 funcionários e, agora, totaliza 1.547 pessoas. Além de fiscalizar caixas d´água descobertas, recipientes com água parada, mato alto, lixo acumulado e orientaçõa à população quanto ao combate à dengue, 420 agentes comunitários participam do mutirão de limpeza das ruas.
Caminhões borrifadores – 17 caminhões vão circular pelos bairros da Capital borrifando inseticida para matar o mosquito da dengue. O horário também foi ampliado – antes, os caminhões passavam no final tarde, e vão passar a atuar em período integral, manhã, tarde e noite, conforme o Plano.
Áreas descobertas – 68 áreas da Capital que estavam sem cobertura do combate à dengue serão contempladas, nas regiões Norte, Sul e Oeste, segundo o município.
Forças Armadas – O plano inclui parceria com 300 entidades, entre associações de bairros, clubes e igrejas. As Forças Armadas vão disponibilizar homens para reforçar o mutirão de limpeza das ruas.
Terrenos e propriedades particulares – Vilões nos verões anteriores, terrenos baldios e propriedades particulares poderão ser vistoriados por meio de parceria com o Tribunal de Justiça, que vai autorizar de forma menos burocrática a intervenção de agentes de saúde.
Boletins, Facebook e Twitter – Boletins epidemiológicos serão mais precisos para identificar as áreas de risco. Isso será possível por meio de um cartão de acompanhamento, que vai garantir que o paciente não só entre na lista de infectados, mas que também tenha seu nome retirado depois de curado.
As redes sociais também serão monitoradas porque, segundo a Secretaria de Saúde, o número de postagens e menções à dengue permite saber quem apresenta sintomas. “Alguém comenta que está com dores no corpo e manchas, em seguida vem os comentários e isso indica um possível risco de dengue”, comenta a diretora de Vigilância em Saúde, Márcia Dalfarro.
“É um plano inédito em Campo Grande, e que também não existe em nenhum outro lugar do país. Colocamos todas as ações em prática de forma antecipada, para evitar que a população enfrente outra epidemia de dengue como nos anos anteriores”, conclui o secretário Ivandro Fonseca.
Até 21 de setembro deste ano, Campo Grande acumula 45.766 casos de dengue notificados e 12 óbitos causados pela doença, de acordo com o último boletim epidemiológico da Secretaria Estadual de Saúde. Apesar da redução nos casos notificados em relação aos anos anteriores, a incidência de dengue continua alta, e ultrapassa 5 mil casos por 100 mil habitantes.