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Cidades

Sérgio Moro manda José Carlos Bumlai voltar à cadeia em Curitiba

Anny Malagolini | 11/08/2016 13:22

O juiz Sérgiu Moro, responsável pelas decisões da Operação Lava Jato na primeira instância federal, determinou nesta quinta-feira (11) que o pecuarista e empresário sul-mato-grossense José Carlos Bumlai volte para a cadeira para cumprir pena preventiva em Curitiba (PR). Conforme publicação do jornal G1, o pecuarista deve se apresentar à Polícia Federal, na capital paranaense, no dia 23 de agosto.

Bumlai foi preso na 21º fase da Operação Lava Jato, em novembro do ano passado. Está atualmente em prisão domiciliar desde março deste ano, para tratamento contra um câncer na bexiga.

"Não mais se enquadrando o acusado José Carlos Costa Marques Bumlai nas hipóteses legais que permitem o regime de prisão domiciliar, persistindo e inclusive reforçados os pressupostos e fundamentos da preventiva, cuja necessidade foi reconhecida inclusive pelas instâncias recursais, e superado o tratamento e intervenção cirúrgica que motivaram a concessão do benefício, deve o acusado retornar à prisão", diz trecho do despacho.

O pecuarista foi preso em novembro de 2015, na etapa da Lava Jato que recebeu o nome de "Passe Livre" devido à amizade com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo os investigadores, Bumlai tinha trânsito livre no Palácio do Planalto.

Bumlai é acusado de ter contraído um empréstimo fraudulento no Banco Schahin de R$ 12 milhões em 2004. O destinatário final do dinheiro, segundo o Ministério Público Federal (MPF), foi o Partido dos Trabalhadores (PT). Réu na Lava Jato, o pecuarista responde pelos crimes de corrupção passiva, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro.

De acordo com o juiz, na prisão, Bumlai poderá realizar exames e tratamentos necessários tanto no Complexo Médico-Legal, que fica na Região Metropolitana de Curitiba, quanto em hospitais mediante escolta policial.

Na decisão em que permitiu que o pecuarista cumprisse a prisão domicilar, o juiz havia dito que a prisão domiciliar, sob monitoramento, seria por três meses e que, após este período, a Justiça deveria reavaliar se o réu seguia ou não em regime domiciliar. Entretanto, durante o tratamento do tumor, Bumlai fez uma cirurgia cardíaca. Por essa razão, a defesa pediu a prorrogação da prisão domiciliar. Em junho, Moro autorizou a prorrogação da prisão domiciliar até sexta-feira (19).

Na avaliação de Moro, o quadro que permitiu a prisão preventiva de Bumlai em 2015 se agravou considerando que ele foi denunciado por obstrução à Justiça, em Brasília. Lula, o ex-senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS), o ex-chefe de gabinete de Delcídio Diogo Ferreira, o banqueiro André Esteves, o advogado Édson Ribeiro e o filho do pecuarista Maurício Bumlai também são réus nesta ação penal.

Defesa - A defesa de Bumlai disse que vai recorrer porque considera a decisão sem sentido, há que o pecuarista está colaborando e comparecendo às audiências na Justiça. A defesa afirmou que no período que Bumlai ficou em casa, ele nunca ofereceu riscos à investigação.

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