Sistema de fronteira terá 70% mais recursos em 2017, diz ministro
O líder do Ministério da Defesa diz que virá a Campo Grande a cada 90 dias para monitorar o andamento dos trabalhos.
Em visita a Campo Grande nesta quinta-feira (8), o ministro da Defesa, Raul Jugman, anunciou aumento de 70% nos recursos destinados ao policiamento das fronteiras com outros países. Isso representa R$ 340 milhões a serem investidos no Sisfron (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras), cujo projeto piloto opera em Dourados desde novembro de 2014.
Ao lado do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), o ministro também adiantou algumas mudanças nas ações de fronteira, a começar pela Operação Ágata, que passará a ser realizada em ações menores, de um ou dois dias, sempre de “surpresa”, ao longo do ano, e não ostensivamente em edições pontuais. Tal operação integra o Plano Estratégico de Fronteiras, do Governo Federal, criado para reprimir o crime na divisa do Brasil com dez países sul-americanos.
Ainda nesta quinta-feira, às 15h, haverá uma reunião na sede da Sejusp (Secretaria de Segurança Pública de MS) para discutir detalhes sobre o núcleo que irá gerenciar o policiamento das fronteiras do Estado – previsto para operar ainda este mês. Estarão presentes especialistas e o chefe da inteligência do Ministério da Justiça. Entre os pontos a serem definidos estão a logística, equipamentos e o efetivo necessários para o funcionamento do núcleo, que será o primeiro do Brasil.
E para conferir o andamento dos trabalhos, o ministro comprometeu-se a visitar Mato Grosso do Sul a cada 90 dias, para monitorar de perto as ações do Ministério da Defesa voltadas à fronteira. “Tentarei, inclusive, trazer outro ministros”, adiantou. “Essa questão já foi definida como prioridade e o presidente Michel Temer (PMDB) já reformulou, em novembro, o programa destinado às fronteiras”, pontuou Jugman.
As declarações foram prestadas durante coletiva, realizada na Assembleia Legislativa. No encontro, os deputados entregaram uma carta contendo reivindicações para a segurança na faixa de fronteira e também para o sistema prisional sul-mato-grossense.
Perseguições - O ministro Raul Jugman também citou novos acordos bilaterais em andamento junto aos países do cone-sul, entre eles, um que permitirá que a polícia brasileira entre nos países vizinhos durante uma perseguição, e vice-versa. O debate já teve início, com a presença do ministro das Relações Exteriores, José Serra.
Já o governador Reinaldo Azambuja, ponderou que, além desse primeiro núcleo de fronteira, é importante que a União aumente o efetivo da Polícia Federal e PRF (Polícia Rodoviária Federal). Outro ponto reiterado pelo tucano é que o Estado precisa de ajuda da União para manutenção e melhoria do sistema prisional, uma vez que 50% dos presos são oriundos do tráfico de drogas, que se potencializa em fronteiras que são a porta de entrada do país.