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Cidades

TJ nega liberdade a suspeito de passar R$ 2 bilhões em cheques sem fundo

De acordo com a Polícia Federal, Sandro se apresentava como sobrinho do ex-presidente José Sarney

Aline dos Santos | 12/05/2018 16:50
Dinheiro apreendido pela Polícia Federal em 21 de novembro. (Foto: PF/Divulgação)
Dinheiro apreendido pela Polícia Federal em 21 de novembro. (Foto: PF/Divulgação)

A Justiça negou liberdade ao quarto alvo da operação Ouro de Ofir. Sandro Aurélio Fonseca Machado foi preso no dia 18 de abril em Brasília.

De acordo com a PF (Polícia Federal), ele se apresentava como sobrinho do ex-presidente José Sarney e emitiu cheques sem fundos com valor de R$ 2 bilhões. A investigação o classifica como braço direito de Sidinei dos Anjos Peró, que foi preso em novembro, na primeira etapa da operação.

Conforme a polícia, Sandro prosseguia com a rotina de reuniões e os valores seriam para simular pagamento dos aportes. Em março, foram sete cheques no valor de R$ 963 milhões. No mesmo mês, mais cinco cheques de R$ 1.229.000.000,00.

A prisão foi decretada pela 4ª Vara Criminal de Campo Grande. No pedido de habeas corpus ao TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), a defesa de Sandro Aurélio alegou que ele estava preso há mais de 20 dias, que o inquérito não tinha sido encerrado, que não foi indiciado na Ouro de Ofir e sequer teve acesso ao processo.

Ainda conforme o pedido de liberdade, o crimes relacionados à prisão (suspeita de estelionato e organização criminosa) não envolvem violência ou grave ameaça. Atuando em substituição legal na 3ª Câmara Criminal, o juiz Emeson Cafure não vislumbrou a ilegalidade na decisão que indeferiu o pedido de revogação da prisão preventiva e fixação das medidas cautelares diversas da prisão.

“Nesse contexto, prudente que se aguarde as informações da autoridade apontada, a fim de propiciar uma cognição mais segura e mais aprofundada”, afirma o juiz, que na sequência indeferiu a liminar no dia 8 de maio.

Líderes – Em 21 de novembro do ano passado, a PF prendeu três pessoas apontadas como líderes de um golpe com 25 mil vítimas: Celso Eder Gonzaga de Araújo, Anderson Flores de Araújo e Sidinei dos Anjos Peró.

A operação investiga organização criminosa que vende ilusão: a existência de uma suposta mina de ouro cujos valores, repatriados para o Brasil, são cedidos, vendidos ou até mesmo doados mediante pagamento.

Para repatriação, 40% de uma altíssima soma de dinheiro ficaria com o governo federal, 40% doado como ajuda humanitária e 20% para a família Araújo.

Em geral, o investimento inicial era de mil reais para um resgate financeiro futuro de R$ 1 milhão. Mas há quem tenha investido R$ 500 mil. Ouro de Ofir, nome da operação, é baseado em uma cidade mitológica da qual seria proveniente um ouro de maior qualidade e beleza. Mas nem ouro e nem cidade foram localizados.

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