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Cidades

Trabalhadores optam por sacar FGTS e ficam sem grana para a casa própria

Agora, quem amarga é o mercado imobiliário, segundo avaliam corretores de Campo Grande

Anahi Gurgel | 05/08/2018 10:10
Residencial do Programa Minha Casa, Minha Vida. (Foto: Divulgação/Agehab)
Residencial do Programa Minha Casa, Minha Vida. (Foto: Divulgação/Agehab)

Já era tradição do brasileiro sacar o dinheirinho do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) para comprar um imóvel ou pagar prestações junto a instituições financeiras. Entretanto, com a liberação do saque das contas inativas pelo governo federal, há mais de um ano, teve quem “zerou” o saldo. Agora, quem amarga é o mercado imobiliário, segundo avaliam corretores de Campo Grande.

A liberação de saque das contas inativas do fundo completou um ano no dia 10 de março deste ano. O balanço não é tão animador para o segmento imobiliário, como explica Ana Paula Mandetta Netto, 29, gerente comercial de uma imobiliária da Capital.

"Os bancos não dão 100% de financiamento, no máximo 90%, dependendo do perfil do cliente e seu score, histórico de dívidas, comportamento econômico", diz.

“Houve um tempo que as pessoas conseguiam com subsídio para investir em imóvel próprio por meio de programas como o federal “Minha casa, Minha vida” e o próprio FGTS, para dar entrada e reduzir as mensalidades. Mas, quem sacou todo o dinheiro do fundo, chega agora para negociar sem um real no bolso”, avalia.

Imóveis para alugar e vender na Capital. (Foto: Luciana Brazil/Arquivo)
Imóveis para alugar e vender na Capital. (Foto: Luciana Brazil/Arquivo)

“Tem no mercado opções de parcelamento em até 60 vezes, mas é preciso estar atento para não cair em armadilhas. Tem imóvel de R$ 125 mil, com entrada de R$ 3 mil, que parece tranquilo para o consumidor, mas muitas vezes o valor sobe para R$ 9 mil por causa das taxas com documentação, serviços de cartório e impostos de registro", alerta.

Esse cenário tem comprometido o mercado de forma geral porque, segundo a corretora, a população está endividada e conseguir aprovação de financiamento está muito mais criterioso.

Orientação? Antes de investir em um imóvel, a primeira preocupação deve ser saldar as dívidas, regularizar o nome, procurar viver dentro do orçamento e, principalmente, fazer um planejamento financeiro. "Se vai comprar uma casa, um apartamento, tem que ter esforço, juntar dinheiro, abrir mão de alguns gastos. Imóvel é um bem caro, exige programação”, orienta.

Reaquecimento - A Caixa Econômica Federal informou que, em alguns casos, ao sacar a conta inativa, o trabalhador pode ficar com saldo na conta do FGTS, referente aos contratos novos ou rescindidos após dezembro de 2015.

“Os valores podem ser sacados dentro das normas de movimentação, que inclui aquisição de moradia ou em caso de demissão desmotivada. Para compra da casa própria, o proponente deve possuir três anos de trabalho sob o regime do fundo", diz nota encaminhada ao Campo Grande News.

Para reaquecer o mercado da construção civil, a instituição anunciou, nesta terça-feira (31), a redução das taxas de juros do crédito imobiliário para Produção Pessoa Jurídica. A linha de crédito usa recursos do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo).

Corretores de plantão em frente a residencial da Capital. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)
Corretores de plantão em frente a residencial da Capital. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

“Como o cenário econômico está apresentando sinais de retomada, o banco reposicionou suas taxas de juros e se propões a tratar de forma diferenciada os clientes com bom índice de relacionamento e menor risco”, explica.

A Caixa divulgou ainda que, para o 2º semestre de 2018, considera o reposicionamento das condições de contratação nas linhas de crédito e a retomada dos lançamentos de empreendimentos no País.

Também nesta terça, o CMN (Conselho Monetário Nacional) aprovou uma série de mudanças nas regras de financiamento imobiliário, entre elas, está o aumento no valor máximo de imóveis que podem ser comprados com recursos do FGTS: o limite passou para R$ 1,5 milhão. Era de R$ 800 mil para Mato Grosso do Sul. As novas regras entram em vigor no dia 1.º de janeiro de 2019.

A mudança vale para financiamentos contratados dentro das regras do SFH (Sistema Financeiro de Habitação), que prevê juro máximo de 12% ao ano mais correção monetária pela TR.

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