O comportamento deve ser ensinado desde cedo
Se não ensinarmos a importância do comportamento, as crianças podem se tornar adultos com péssimos hábitos
Estou observando com frequência os efeitos nocivos que a educação - cada vez mais - flexível tem gerado nas crianças e jovens. Assisto vídeos de influenciadores mirins “trollando” os pais, falando palavrões, influenciando jovens a colar na prova, comendo com a boca aberta, colocando o pé na mesa, e por aí vai. E isso tem sim influenciado as crianças. Tenho um filho de seis anos e vejo ele querendo replicar vários desses comportamentos. Claro que tento explicar o porquê não fazer cada um deles. Mas pensando nisso, resolvi trazer este tema para a coluna. Como falamos de imagem aqui (aparência, comportamento e comunicação), não seria mais fácil ensinar alguns preceitos básicos a todas as crianças desde cedo, em casa, para que elas já cresçam com essas informações valiosas internalizadas?
Parece bobagem, mas se não ensinarmos a importância das palavras mágicas, lições de organização e comportamento nos mais diversos ambientes e etiqueta à mesa, desde cedo, as crianças podem se tornar adultos com péssimos hábitos de comportamento e acabar prejudicando a si mesmos.
Acredito que desde cedo, é fundamental ensinarmos (e darmos o exemplo) de usar as palavras mágicas na comunicação:
-Bom dia / boa tarde / boa noite;
-Por favor;
-Obrigado;
-Com licença;
-Me desculpe.
A revolução digital mudou a maneira como nos relacionamos e como nos comunicamos, estamos mais conectados, e isso é um ponto extremamente positivo. Mas alguns valores são inegociáveis em qualquer época, independente dos avanços que estamos vivenciando. Não se trata de cerimônia, ou de formalidade, mas sim de gentileza, respeito, e de fertilizar os relacionamentos. O bom senso e o equilíbrio são importantíssimos e, neste sentido, as palavras mágicas fazem total diferença em um diálogo.
Outro ponto essencial é ensinar as crianças sobre comportamento nas diversas circunstâncias do dia a dia e comportamento à mesa. Por exemplo: não falar de boca cheia, usar o guardanapo, se alimentar com os talheres, esperar todos terminarem a refeição para daí se levantar da mesa, esperar a vez na fila, falar baixo em ambientes como cinema, teatro, consultórios médicos, avião, sempre demonstrando estes ensinamentos sendo o exemplo.
Outro ensinamento valioso é sobre organizar seus pertences e deixar os ambientes que usou da mesma maneira que encontrou. Vejo muitos adultos que se alimentam na copa, no local de trabalho, e largam a bagunça lá para outra pessoa limpar. É preciso ensinar os pequenos a guardar seus brinquedos no local devido, levar seu copo ou prato até a cozinha após a refeição, dar descarga no vaso sanitário após utilizar, e não deixar a toalha embolada – para citar apenas alguns exemplos.
Acredite, são atitudes simples, mas que, se não se tornarem um hábito desde sempre, podem prejudicar a imagem dos futuros adultos e sua própria convivência com outras pessoas, na vida pessoal e profissional.
(*) Larissa Almeida é formada em Comunicação Social pela UFMS e pós-graduada em Influência Digital pela PUC-RS. Trabalhou durante 14 anos na área de comunicação e imagem em importantes instituições como Caixa Econômica Federal, Prefeitura de Campo Grande, Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, Senado Federal, além de ter coordenado a comunicação da Sanesul. Consultora de imagem formada pelo RML Academy e Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Especialista em Dress Code e comportamento profissional por Cláudia Matarazzo e RMJ Treinamento e Desenvolvimento Empresarial. Siga no Instagram @vistavoce_.
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