A alimentação em uma das primeiras fazendas pantaneiras
Há duas características dos primeiros pantaneiros que escapam a muitos estudiosos: a grande solidariedade entre os vizinhos a as refeições fartas para todos. A perfeita comunhão entre fazendas próximas só será quebrada quando os filhos dos fazendeiros começam a estudar nos internatos em C.Grande, Cuiabá, São Paulo e Rio de Janeiro. Já a fartura alimentar demorará muito mais tempo para ter mudanças.
Começava no curral ao alvorecer.
Nas fazendas pantaneiras, a alimentação começava pelo alvorecer. Todos, patrões e empregados, iam ao curral, para ordenhar as vacas leiteiras. Bebiam quanto quisessem. Do leite restante, recolhido em cuias, despejavam em barris, onde se misturava com o coalho para a produção de queijos.
Almoço na sede.
Se o andamento do trabalho permitia o almoço na sede da fazenda, antes do meio-dia, sentavam-se em torno da mesa, na varanda, onde lhes era servida com fartura a comida habitual. O cardápio era quase sempre o mesmo. Carne, nos dias de abate, cozida ou em espetos, e sêca, nos seguintes. Com a chegada em massa dos paraguaios, após a guerra de Solano Lopez, esse costume foi potencializado. Completava o cardápio com feijão com farinha, arroz, mandioca, abóbora, batata-doce e banana cozida. Frequentemente, a carne de vaca era substituída pela peixada, com pirão de farinha de mandioca. A mesa farta tinha um cardápio exíguo.
Refeições no campo.
Quando, porém, os trabalhos, ao longe, exigiam a presença de vaqueiros nas primeiras horas do dia, acordavam de madrugada para os preparativos. Ao clarear, empanturravam-se de feijoada e de arroz, para suportarem a trabalheira exaustiva, até o cair do sol, quando, de regresso, após cuidarem de seus cavalos, aproximavam-se, famintos, da mesa de jantar.