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Em Pauta

A China vence a Europa na corrida econômica do Mercosul

Mário Sérgio Lorenzetto | 27/05/2021 07:00
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

Imagine um dia em que a Espanha, Portugal e todos os países europeus não tenham importância econômica na América do Sul. Esse dia chegou, pelo menos no Mercosul. Iniciada há uma década, a corrida entre a China e a Europa pelo domínio da economia da parte mais rica da América do Sul, já tem um vencedor: o país asiático. E, ao contrário do que o extremismo político apregoa, a responsabilidade não é chinesa, com certeza. Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai esperam o visto de alguns sócios da União Europeia - França, Áustria, Países Baixos, Bélgica e Irlanda para multiplicar seu comércio com a Europa. Esperam sentados, pois em pé se cansarão. São três décadas de negociação sem fim, deixando à mercê da China um mercado de 265 milhões de consumidores.


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Queda de 25%.

Um recente estudo do prestigioso Instituto Ifo, da Alemanha, adverte da "perda de importância da Europa como sócio comercial dos países do Mercosul" em detrimento do mastodonte asiático. No caso das vendas sul-americanas para a Europa a queda foi de gigantescos 25%, desde 2015. Por outro lado, as vendas para a China foram multiplicadas por 11, saíram de 2% para 22%. A China já é o mercado preferencial para o Mercosul.


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Em que pé está o Tratado do Mercosul com a Europa.

Travado, sem vislumbre de que um dai será retomado. Esse pacto que reduziria em 90% a tributação em dez anos, tem enfrentado fortíssimas resistências no Parlamento Europeu tocado por um pequeno mas barulhento e poderoso número de países. O texto está ainda em processo de tradução para as 24 línguas da União Europeia e choca com uma frente integrada pela França, que oculta por trás de questionamento ambientais, seu excessivo protecionismo agrícola. Mas a França não está sozinha. A Áustria e os Países Baixos verdadeiramente não admitem a política amazônica tocada pelo governo brasileiro. No lado dos defensores desse tratado, estão a Espanha (o mais ativo de todos), Portugal e os países escandinavos. A Noruega faz um velho movimento pendular.


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Brasil é o quinto destinatário do dinheiro chinês.

Pode parecer estranho, mas o Brasil é o quinto destinatário do capital chinês. Para cada US$ 20 que saem da China, um dólar vem para o Brasil, em investimento direto. Observem que não é dinheiro na roleta da Bolsa de Valores, é dinheiro investido em energia, minerais e na agricultura. Os dados são do American Enterprise Institute e da Heritage Foundation. Na Argentina, quase todo o dinheiro necessário para recuperar a economia está saindo de chineses. Construíram, inclusive, uma base de satélites na Patagônia argentina. Mas as relações China-Mercosul não se dão apenas no âmbito econômico. As vacinas chinesas estão atendendo - ou atenderão - os países do Mercosul. As relações Pequim-Mercosul estão tão entrelaçadas que poucos ainda se lembram que um dia sonharam com um acordo de livre comércio com a Europa.

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