ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
JULHO, QUARTA  17    CAMPO GRANDE 18º

Em Pauta

A "chocadeira" de crianças: 95% dos aparelhos quebra em cinco anos

Mário Sérgio Lorenzetto | 05/01/2023 07:30
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

Em algum momento dos anos 1.870, um médico parisiense chamado Stéphane Tarnier tirou um dia de folga de seu trabalho na "Maternité de Paris", a maternidade destinada às mulheres pobres, e fez uma visita ao zoológico. Vagando entre elefantes, répteis e macacos, deparou com chocadeiras de frangos. A visão dos pintos saindo da casca do ovo, cambaleando de um lado para outro, dentro da chocadeira aquecida, fez surgir uma associação em sua mente. Conseguiu convencer a direção do hospital a contratar Odile Martin, a responsável pela criação dos frangos e pintos do zôo. Odile passava a ser a responsável pela construção de um aparelho similar para recém-nascidos humanos.


Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

Mortalidade assombrosa.

A mortalidade infantil era assombrosa naquela época. Um a cada cinco bebês morria antes de aprender a engatinhar. Entre bebês prematuros, a mortalidade era ainda maior. O médico sabia que a regulagem da temperatura era decisiva para manter essas crianças vivas. Assim, criaram a primeira incubadora de crianças. Era muito simples. Garrafas de água quente eram colocadas sob caixas de madeira onde iam as crianças. Os resultados foram chocantes. Reduziram a mortalidade dos bebês quase pela metade.


Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

As oito incubadoras doadas para a cidade que sofreu um tsunami.

As incubadoras tornaram-se complexas e caras. Uma só dessas máquinas, chega a custar em torno de R$200.000, levam, além de temperatura, oxigenioterapia. No ano seguinte ao tsunami que se abateu na cidade de Meulaboh, na Indonésia, entidades filantrópicas doaram oito incubadoras para o hospital desse lugar. Cinco anos depois, as oito maquinas estavam quebradas, vítimas de pico de energia e umidade do local.


Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

O preço é o menor problema, a manutenção é inexistente.

Equipamentos complexos quebram, e quando isso acontece precisa-se de técnicos especializados e peças de reposição. As incubadoras de Meulaboh são apenas um exemplo ilustrativo. Frequentemente, o governo estadual entrega equipamentos médicos a hospitais do interior. Quebram e são guardados em algum canto do prédio. Não há quem os conserte e nem peças. Fenômeno similar acontece com as máquinas e tratores destinados aos indígenas de várias aldeias. O governo doa, em alguns anos quebram, não há quem conserte. A solução para tamanho desperdício é óbvia: assinar contratos com empresas especializadas em manutenção de equipamentos hospitalares e de máquinas agrícolas e tratores. O custo final é muito mais barato. Estudos mostram que 95% da tecnologia medica quebra nos primeiros cinco anos de uso.

Nos siga no Google Notícias