A época em que os mosquitos tocavam a boiada no Pantanal
Há textos históricos que afirmam algo impensável: não eram apenas os vaqueiros que tocavam a boiada, os mosquitos também participavam desse trabalho. Esses insetos, indesejáveis pelo homem, eram tidos como um fator de aumento de produção. Conforme o pensamento dos primeiros fazendeiros do Pantanal, eles forçavam os animais, por defesa, a se proteger juntos, formando grandes manadas, juntando vacas e touros todas as noites.
Paredes das casas escuras de mosquitos.
Mas, se eles tocavam a boiada, eram um flagelo para os humanos. Hoje, o Pantanal é cantado em verso e prosa, ainda que venha sendo destruído pelo desmatamento e queimadas, mas não devemos esquecer a luta que seus desbravadores tiveram para povoá-lo. Os moradores mais caprichosos caiavam suas casas, ficavam branquinhas, mas os mosquitos eram tantos que escureciam as residências.
Trepados nas árvores.
O ataque dos mosquitos eram tão devastadores que só restava a muitos pantaneiros subir em árvores, tentando escapar das ferroadas. O Pantanal era uma região povoada por mosquitos. Os do Pantanal eram chamados de "mosquitos de cervos". Não havia couro de cervos, viados ou de vacas, que não fossem perfurados pelo "bico do mosquito". Esse bico aparenta ser um longo tubo, mas em verdade é composto por seis agulhas, com funções diferentes, protegidas por um tipo de "bainha".
Mutuca causa dor agudíssima.
Se os mosquitos faziam a festa no Pantanal, as mutucas aterrorizavam os humanos. Causavam dor agudíssima. Urravam, pulavam e se atiravam ao chão devido aos ataques desse terrível animalzinho, que costuma voar em rodopio e é muito maior que os pernilongos. A única felicidade que restava era esmagar uma mutuca entre os dedos.