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Em Pauta

A escola destruída à bala e a fuga à aldeia Terena

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 13/08/2024 09:15
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No início do século passado, a capital politica do Mato Grosso do Sul era Nioaque. Ressurgida das cinzas da Guerra contra o exército de Solano, por lá, gestavam revoluções e dissensões. Por volta de 1.908, dois coronéis comandavam a região. Favorável ao governo, José Martins Barbosa, teve a ideia de abrir uma escola em sua fazenda. Propugnando ataques a todos que apoiassem o governo, Bento Xavier, o outro coronel, estava retornando da fuga ao Paraguai com sua tropa. O ataque à fazenda do Barbosa, destruiu a escola.


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Escola gratuita com direito a tudo.

A escola da fazenda do Barbosa fez história…. e virou modelo. Não só era gratuita, como os alunos tinham direita a livros, alimentação e roupa lavada. Sob as invectivas do Barbosa, todos os meninos da região foram levados parda a fazenda.


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Os professores leigos.

Só havia um professor e era leigo, não frequentara bancos escolares. Carlos Ribeiro da Fonseca, filho da região, virou professor por esforços próprios. Mas logo adoeceu. O substituto foi Pedro Ribeiro, seu irmão. Descrito como mais retraído.


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Para o mato que vem bala!

A guerra começou. Barbosa levou sua tropa para a sede de Nioaque. Enquanto isso, os homens de Bento Xavier chegavam à fazenda do Barbosa. Os alunos quiseram correr paro o mato, mas foram impedidos pelo professor. Até que os primeiros homens de Bento Xavier desferiram muitos tiros contra os alunos e a família do Barbosa. Feridos só o professor e um aluno, o chefão revoltoso determinou o fim dos tiros.


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Bala na bunda e fuga para a aldeia.

O professor foi ferido na bunda e “curado” com creolina, o único “medicamento” que dispunham. Os alunos fugiram para uma aldeia Terena nas proximidades. Ficaram quinze dias na aldeia brincando com os indiozinhos. A algazarra foi grande. As crianças brancas e indígenas passavam o dia tirando mel das colmeias, comendo abóbora assada, castanhas de cocos e chupando cana. A escola acabou. Foi destruída pelas balas. Mas aqueles meninos nunca mais esqueceram que eram amigos dos indígenas.

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