A galeria de picaretas e uma mulher detetive
Allan Pinkerton era um pobre homem que fabricava tonéis em sua Escócia. Ainda jovem, se envolveu com o "cartismo", o primeiro movimento trabalhista do século XIX. Quando a polícia inglesa pôs preço em sua cabeça, fugiu para os Estados Unidos. Pinkerton se estabeleceu perto de Chicago onde abriu uma empresa para fabricar tonéis. Pouco depois, ajudou a prender alguns criminosos. Seus vizinhos, a seguir, pedirem a ele que os ajudasse a encontrar um falsificador de dólar. Pinkerton montou uma armadilha e o prendeu. Começava a adquirir fama por sua capacidade de observar detalhes nos locais de crimes e por ter um punho poderoso.
Arquivo de identificação de criminosos.
Pode parecer estranho, mas até Pinkerton, as polícias do mundo não tinham arquivos de criminosos. Quem cometesse um crime no Rio de Janeiro podia viver livre, leve e solto em S.Paulo, por exemplo. Pinkerton foi contratado pela polícia para trabalhar na empresa de Correios dos EUA para encontrar o criminoso que estava roubando cartas com cheques. O problema é que ao encontrá-lo, veio a saber que era o sobrinho do chefão dos Correios. Como o chefe tentou colocar panos quentes na roubalheira, Pinkerton foi à imprensa denunciá-lo. É óbvio que foi demitido da polícia. Farto de pressões políticas, em 1.848, montou o primeiro serviço privado de detetives. Quando recebeu um polpudo contrato para proteger vagões e estações de trens, teve a ideia de montar o primeiro arquivo de delinquentes da história. Ele o chamava de "galeria de picaretas" e tinha a foto bem como a descrição física de cada um.
A primeira mulher detetive.
O volume de trabalho da empresa de Pinkerton aumentou exponencialmente. Ele colocou um anúncio nos jornais para captar policiais honrados, com capacidade analítica e com bons punhos. Uma das pessoas que respondeu ao anúncio foi Kate Warner, uma jovem viúva. "Lhe disse que não contratava mulheres para aquele trabalho, mas ela foi muito convincente, escreveu Pinkerton. Me disse que as mulheres são excelentes observadoras, podem ganhar a confiança das esposas dos delinquentes e os homens soltam a língua quando uma moça os anima". Kate Warner não só se converteu na primeira mulher detetive da história, como obrigou Pinkerton a abrir uma seção feminina de detetives por ter levado à cadeia um sem número de políticos criminosos.