A geriatria mostra as profundas mudanças no corpo
Entender que o corpo do idoso guarda enormes diferenças dos adultos levou séculos. Ao fim do século XIX, alguns sustentaram que essas mudanças à involução das glândulas sexuais. Houve quem injetasse em seu próprio corpo testículos de cobaias e de cães: sem resultado durável. Outro, inventou de enxertar em homens idosos glândulas de macacos: fracasso. Também testaram fabricar um soro rejuvenescedor à base de hormônios: fracasso novamente. Por último, passaram a explicar que a velhice era decorrente da arteriosclerose, ideia não confirmada.
Surge a geriatria, medicina de ricos.
Será o norte-americano Nascher, nascido em Viena, o principal centro de estudo de idosos, considerado o pai da geriatria, que modificará os estudos dando a base para as práticas atuais. Mas a geriatria é a medicina exclusiva dos idosos ricos. Tente perguntar a um idoso se conhece um geriatria. É quase impossível, no Brasil, há tão somente 1.400 geriatras.
Não se engane, teu corpo passa por imensas mudanças.
A aparência do idoso se transforma. Os cabelos embranquecem e se tornam rarefeitos. Não se sabe por quê. Os pelos embranquecem também. Já no queixo das mulheres, surgem em grande quantidade. A pele se enruga e não há medicina que mude essa certeza. Os dentes caem. A perda dos dentes acarreta um encolhimento da parte inferior do rosto, de tal maneira que o nariz - que se alonga verticalmente - aproxima-se do queijo. A pele das pálpebras engrossa. Formam-se papos sob os olhos. O lábio superior míngua. O lóbulo da orelha aumenta. O esqueleto se modifica. Os discos da coluna vertebral empilham-se e vergam. O peito dos homens diminui dez centímetros e quinze nas mulheres. A largura dos ombros se reduz e a da bacia aumenta. A atrofia muscular e a esclerose das articulações acarretam problemas de locomoção. O esqueleto sofre de osteoporose, fragiliza-se. O coração não muda muito, mas seu funcionamento se altera. O sistema circulatório começa a virar uma pedra. E chega ao cérebro. A circulação cerebral torna-se mais lenta. A pressão sanguínea sobe. O consumo de oxigênio cerebral reduz. A caixa torácica torna-se mais rígida e a capacidade respiratória cai muito. E não se engane, essa é apenas uma pequena parte da lista de mudanças corporais do idoso.