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Em Pauta

A primeira rainha da história vendia cerveja

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 20/06/2024 08:10
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

As primeiras cidades da história surgiram entre dois rios, uma região que, por isso, passou a ser chamada "Mesopotâmia". O Mato Grosso do Sul também é uma mesopotâmia, está localizado entre o Paraná e o Paraguai. Entre o Tigre e o Eufrates, existiam terras extremamente férteis, possibilitando a criação da agricultura. Essas eram cidades com reis-sacerdotes, homens que se proclamavam escolhidos pela deusa Inanna, o modelo que foi perpetuado, e ainda tem força pelo menos naquela região, onde hoje é o Irã, Iraque e Turquia. Eles nos legaram uma "Lista Real", contendo o nome dos reis mesopotâmicos desde as origens mais remotas até dois mil anos antes de Cristo.


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Alulim tinha 28.800 anos.

Os mesopotâmicos também criaram as lendas. Assim, o rei mais antigo, segundo a "Lista", foi Alulim, monarca da cidade de Eridu, que reinou por 28.800 anos. Seu sucessor, Alalgar, superou essa cifra incrível e governou durante a enorme marca de 36.000 anos. Evidentemente, se trata de números simbólicos. Mas virou um modelo a ser seguido. Não nos esqueçamos de dois homens famosíssimos dessa mesma região, Noé e Matusalém, que viveram mais de 900 anos, segundo a tradição hebraica.


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Viviam em "zigurates", templos, e não em palácios.

Todos os primeiros reis aparecem com o título de "portaban en", que pode ser traduzido como "rei-sacerdote". Eles eram a máxima autoridade religiosa e política. Todavia, longe de deter um poder absoluto, os monarcas da Mesopotâmia tinham autoridade limitada por assembleias de cidadãos e por conselhos de notáveis, que também participavam nas decisões políticas e condicionavam o trabalho dos reis. Ainda que ninguém adote o termo, eram algo parecido com as atuais monarquias parlamentarias.


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De taberneira a rainha.

Segundo a "Lista Real", Kug-Bau foi uma rainha que governou por nada menos de cem anos. Os historiadores consideram que sua inclusão na dita lista é muito surpreendente por dois motivos. De um lado, é a única mulher mencionada no documento onde todos os demais são homens. Por outro lado, o texto afirma que, antes de ser rainha, Kug-Bau tinha sido taberneira, uma profissão muito pouco honorável, normalmente relacionada com a prostituição. Uma mulher da baixa classe que ascendeu até o posto mais importante da mesopotâmia. Nada mais dela sabemos.

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