A verdade sobre o desemprego: dados bons e dados ruins
A taxa de desemprego caiu no trimestre encerrado em julho, segundo o IBGE. Uma boa notícia. O mercado não esperava essa queda. Mas a má noticia é que o número de desempregados continua alto, são 14,1 milhões de pessoas. Quando se confere o percentual de desempregados, há boa notícia. Agora vivemos com 13,7% da população desempregada. Entre fevereiro e abril era 14,7%. Esse "unzinho por cento" pode parecer pouco, mas é substancial.
Ponto positivo: o desemprego caiu.
Para o IBGE, uma pessoa desempregada é aquela que está desempregada e busca oportunidade no mercado de trabalho. Parece idiotice mas não é. Há milhões de brasileiros desempregados que abandonaram as inúmeras tentativas de sair de casa, gastar dinheiro com ônibus e não encontrar trabalho algum. Desistiram. Veja o gráfico abaixo para ter esperança em melhores dias.
Ponto negativo: pessoas querem trabalhar mais.
O número de empregos cresceu, é verdade. Mas as vagas criadas não necessariamente são vagas de qualidade. Estão "topando qualquer coisa". Um dos graves problemas está na subocupação das horas trabalhadas. Esse dado mostra quantas pessoas têm emprego, mas trabalham menos horas do que gostariam. Um exemplo são as pessoas que trabalham meio período e queriam trabalhar os dois períodos. É o subocupado. Ele aparece nas estatísticas como empregado. A subocupação está batendo recorde.
Ponto negativo: a informalidade está crescendo.
Os dados do IBGE mostram que as novas vagas foram impulsionadas principalmente pelo mercado informal - leia: vendedores ambulantes, motoristas de aplicativos e motoboy. São categorias que tem menor remuneração, namorem férias remunerado, nem FGTS e muito menos licença médica. Dos 3,1 milhões de empregos gerados entre maio e junho, 2,07 milhões são desse mercado informal. Apenas 1,03 milhões são postos formais.