A vingança de Raposo Tavares e as missões pantaneiras
Por Mário Sérgio Lorenzetto | 02/06/2024 07:00
Era 25 de julho de 1.653, um grupo de bandeirantes tomou de assalto a igreja e colégio dos jesuítas em S.Paulo. Imagens santas foram quebradas, objetos de prata roubados, e as portas, pregadas. Eram seis homens ricos, poderosos e... excomungados. Antônio Raposo Tavares era um deles. Tinham acabado de receber a notícia de que estavam expulsos do convívio em qualquer lugar onde estivesse a Santa Madre Igreja. Antes desse incidente, entre 1.628 e 1.629, uma expedição que partiu de S.Paulo, organizado e comendada por Raposo Tavares, varreu do mapa da Terra todo o esforço missionário na região que hoje é Paraná, Santa Catarina e o Pantanal do Mato Grosso do Sul. Só sobrou história... e nada mais.
Era vingança.
Para todo e qualquer bandeirante, o que valia era a escravização indígena. Para Raposo Tavares tinha mais, bem mais: havia ódio. E a razão de sua fúria tinha nome e sobrenome: Maria da Costa, a madrasta que o criou. Ela era uma cristã-nova, uma judia que fora obrigada a se converter ao cristianismo. Mas de nada adiantou a falsa mudança religiosa. Foi presa em 1.618 e libertada só seis anos depois. Estava pobre e sem capacidade de recuperar suas conexões dentro da sociedade lusitana. Morreria logo a seguir, sem ver os filhos e os enteados. Raposo Tavares tinha 20 anos quando chegou no Brasil e acompanhou à distância o sofrimento de sua querida madrasta. Nada podiam fazer. Mas restava a vingança.
Para todo e qualquer bandeirante, o que valia era a escravização indígena. Para Raposo Tavares tinha mais, bem mais: havia ódio. E a razão de sua fúria tinha nome e sobrenome: Maria da Costa, a madrasta que o criou. Ela era uma cristã-nova, uma judia que fora obrigada a se converter ao cristianismo. Mas de nada adiantou a falsa mudança religiosa. Foi presa em 1.618 e libertada só seis anos depois. Estava pobre e sem capacidade de recuperar suas conexões dentro da sociedade lusitana. Morreria logo a seguir, sem ver os filhos e os enteados. Raposo Tavares tinha 20 anos quando chegou no Brasil e acompanhou à distância o sofrimento de sua querida madrasta. Nada podiam fazer. Mas restava a vingança.
A destruição das aldeias dos jesuítas entre Aquidauana e Miranda.
Raposo Tavares não veio ao Mato Grosso do Sul, um braço de suas tropas, todavia, destruiu as missões, as aldeias indígenas organizadas pelos padres jesuítas entre Aquidauana e Miranda. No dia 08 de setembro de 1.647, houve um grande número de confissões e comunhões dos indígenas. Na noite desse dia, o povoado foi atacado pelos bandeirantes. Aprisionaram cerca de 220 dos mais de mil que viviam na região. Os bandeirantes retiraram-se antes do amanhecer pois tinham poucas tropas. Os indígenas seguiram pelo mesmo caminho tentando resgatar seus amigos e parentes. Foi em vão. E ainda morreram mais seis membros do povoado e um da bandeira. Os demais, fugiram para o outro lado do rio Paraguai... e nunca mais voltaram.
Raposo Tavares não veio ao Mato Grosso do Sul, um braço de suas tropas, todavia, destruiu as missões, as aldeias indígenas organizadas pelos padres jesuítas entre Aquidauana e Miranda. No dia 08 de setembro de 1.647, houve um grande número de confissões e comunhões dos indígenas. Na noite desse dia, o povoado foi atacado pelos bandeirantes. Aprisionaram cerca de 220 dos mais de mil que viviam na região. Os bandeirantes retiraram-se antes do amanhecer pois tinham poucas tropas. Os indígenas seguiram pelo mesmo caminho tentando resgatar seus amigos e parentes. Foi em vão. E ainda morreram mais seis membros do povoado e um da bandeira. Os demais, fugiram para o outro lado do rio Paraguai... e nunca mais voltaram.
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