Amazon quer ser seu médico. Postos e planos desaparecerão?
Os serviços que Amazon Care anuncia vão dar o que falar. Esse serviço de telemedicina, que conta com uma vasta equipe de médicos, nos Estados Unidos, diagnostica doenças e prescreve receitas para qualquer lugar e funciona 24 horas por dia. A empresa se compromete a dar resposta às "incidências" abertas pelos usuários em menos de 60 segundos, via chat ou videoconferência. Também entrega em pouco tempo os medicamentos receitados pelos médicos. Postos de saúde e planos se tornaram obsoletos? Não há no Brasil nada que se equipare a esse serviço de saúde proposto pela Amazon que começa a funcionar nesta semana.
O futuro já estava ali.
"O modelo de cobertura que propõe a Amazon é o modelo do futuro", sustenta Dotoralia, um dos maiores portais de recomendação de médicos, o Booking de médicos, como se autodefinem. "É melhor em termos de custo-efetividade: a triagem se faz de forma virtual, seja com inteligência artificial ou com médicos conectados. É mais eficiente ter um grupo de médicos em uma especie de centro virtual que enviá-los a um lugar. Da uma maior capilaridade ao serviço", acrescenta Dotoralia. "Também deixa de necessitar um posto médico a cada 10 km. Dá uma resposta imediata e, depois, vê se necessita mandar um médico", opina esse conglomerado de médicos. Já existem boas experiências com a telemedicina. O futuro já estava ali.
Experiências inglesas e espanholas com telemedicina.
Na Inglaterra, funciona há dois anos a empresa Babylon Health utilizando somente inteligência artificial para fazer uma primeira triagem e, só depois, dirigir seus recursos médicos. A empresa espanhola Medkitor desenvolveu um exitoso assistente médico, baseado em inteligência artificial para a triagem e pre-diagnóstico que, segundo a própria empresa, tem acerto de 91% na detecção das doenças dos usuários. Movistar Salud, oferece de fato, um serviço de telemedicina na qual os usuários são atendidos por médicos de forma virtual. No primeiro mês de funcionamento, tinha 25.000 usuários pagando mensalidade.
A dificuldade da Amazon Care no Brasil será na entrega de medicamentos.
O Brasil, ao contrário dos Estados Unidos e da quase totalidade dos países europeus, tem uma legislação determinando que é obrigatório que um farmacêutico seja titular de uma farmácia, que por sua vez, é o único estabelecimento legal para vender medicamentos. Será uma fronteira difícil de ser ultrapassada pela Amazon.
