Bomba de gás mostarda e o nascimento da quimioterapia
Mário Sérgio Lorenzetto | 27/08/2021 07:00
A quimioterapia, que forma o trio de combate ao câncer com a cirurgia e a radioterapia, surgiu de maneira improvável. Embora as armas químicas estivessem proibidas pelo tratado internacional firmado após a Primeira Guerra Mundial, diversas nações continuaram a produzi-las. Os Estados Unidos eram uma delas. Por motivos óbvios, isso era um segredo militar.
Bombas no ar.
Em 1943, um navio da Marinha dos EUA, o SS John Harvey, transportando bombas de gás mostarda, foi surpreendido por um ataque aéreo alemão no porto italiano de Bari. O navio explodiu, liberando uma nuvem de gás mostarda que se esparramou, matando milhares de pessoas.
Em 1943, um navio da Marinha dos EUA, o SS John Harvey, transportando bombas de gás mostarda, foi surpreendido por um ataque aéreo alemão no porto italiano de Bari. O navio explodiu, liberando uma nuvem de gás mostarda que se esparramou, matando milhares de pessoas.
O cientista que não encobriu a matança.
A Marinha despachou um cientista para o local. Há dúvidas de sua ordem verdadeira. Imaginam que ele foi enviado para encobrir a tragédia. Mas o tenente-coronel Stewart Francis Alexander, o cientista enviado, não era um idiota. Para sorte da ciência, Alexander era um investigador brilhante e cuidadoso. Notou algo que passaria despercebido para quase todos cientistas: o gás mostarda retardava drasticamente a produção de glóbulos brancos. Com isso, percebeu-se que algum derivado do gás poderia ser útil em alguns tratamentos de câncer. E assim nasceu a quimioterapia. O mais incrível é que até há pouco tempo, continuavam usando esse gás, mais refinado, é claro, mas é o mesmo que jogavam na cabeça dos soldados.
A Marinha despachou um cientista para o local. Há dúvidas de sua ordem verdadeira. Imaginam que ele foi enviado para encobrir a tragédia. Mas o tenente-coronel Stewart Francis Alexander, o cientista enviado, não era um idiota. Para sorte da ciência, Alexander era um investigador brilhante e cuidadoso. Notou algo que passaria despercebido para quase todos cientistas: o gás mostarda retardava drasticamente a produção de glóbulos brancos. Com isso, percebeu-se que algum derivado do gás poderia ser útil em alguns tratamentos de câncer. E assim nasceu a quimioterapia. O mais incrível é que até há pouco tempo, continuavam usando esse gás, mais refinado, é claro, mas é o mesmo que jogavam na cabeça dos soldados.