Bombay, temos um problema. A Índia proibiu exportar a vacina
O maior produtor mundial de vacinas suspendeu suas exportações. A razão da Índia proibir a saída de vacinas é um novo mutante surgido em seu território, somando-se às variantes britânica, brasileira e sul-africana. A indiana também se propaga mais depressa que o vírus original. Em um país de 1,4 bilhão de habitantes - 18% da população mundial - e com algumas das megalópolis mais gigantescas do planeta, como Bombay, uma variante do vírus é explosiva. E é isso que aconteceu.
A iniciativa Covax em queda.
A Índia era a maior produtora de vacina para o acordo Covax, coordenado pela OMS, que algum dia entregará ao Brasil 40 milhões de doses, ao preço de R$2,5 bilhões. Até o momento entregou tão somente 1 milhão de doses e promete (promessa de entrega de vacina é igual promessa de político) outras 4 milhões até o fim deste mês. A Covax está sem vacina para atender 55 países que não receberam uma só dose.
Tinha vacinado 111 milhões de habitantes.
Até há duas semanas, a Índia havia vacinado 111 milhões de habitantes com duas doses, mantinha um bom ritmo. Essa quantidade bastaria para vacinar o Brasil inteiro. Eles são capazes de produzir 60 milhões de doses mensais da Covishield, uma vacina clone da AstraZeneca. A multinacional britânica autorizou a empresa indiana Serum Institute a produzir 1 bilhão de doses que seriam distribuídos aos países médios e pobres, através do acordo Covax. Mas a prioridade agora é a própria população indiana. E assim, o Brasil tornou-se totalmente dependente das duas vacinas produzidas na China: CoronaVac e AstraZeneca.