Câncer: um suicídio não autorizado. O corpo te matando
Abominamos mais o câncer do que qualquer outra doença. Grande parte desse medo é relativamente recente. Em 1896, pesquisaram as doenças mais temidas, o câncer foi pouco lembrado. Difteria, varíola e tuberculose constituíam preocupações maiores. Mas, até mesmo ser mordido por um animal raivoso ou surpreendido por um terremoto, aterrorizavam mais as pessoas.
Não viviam para ter câncer.
Isso acontecia em parte porque a maioria das pessoas dificilmente vivia tempo suficiente para ter a doença. Não que ele não existisse, simplesmente não parecia algo assustador. Era como a pneumonia nos dias atuais. É uma das causas de morte mais comuns, e contudo poucos a temem, pois está associada a gente idosa.
40% descobrirão ter câncer.
Entre 1900 e 1940, o câncer saltou do oitavo para o segundo lugar como causa de morte - atras apenas das doenças cardiovasculares. Desde então, lançou uma longa sombra em nossas percepções da mortalidade. Hoje, cerca de 40% das pessoas descobrem ter câncer em algum ponto da vida. Muitos o terão sem saber e morrerão de alguma outra coisa antes.
Metade dos homens não descobre o câncer na próstata.
Para metade dos homens com mais de 60 anos e para três quartos acima dos setenta, o câncer de próstata não é descoberto. Alguém sugeriu que se todo homem vivesse o suficiente, todos teriam câncer de próstata.
Totalmente interno.
Devido à intensa propaganda, tendemos a pensar no câncer como algo que pegamos, como uma infecção bacteriana. Na verdade, ele é totalmente interno, um processo, em que o corpo volta-se contra si mesmo. Em suma, o câncer é, por mais chocante que seja, seu corpo fazendo o melhor que pode para te matar. Um suicídio não autorizado. Células cancerígenas se parecem com células comuns, exceto pela proliferação descontrolada. O corpo, às vezes, deixa de detectá-las. Só há uma saída razoável: exames frequentes. Temos de parar essas células que "nos suicidam".