Carros sem motorista estão chegando, mas com desafios
Em breve, motoristas eletrônicos nos conduzirão para qualquer lugar que desejemos, e em total segurança. Desde que não seja preciso fazer guinadas à direita ou esquerda, não existam problemas no asfalto. Também será crucial evitar guardas que ficam no meio das ruas e dar passagem a veículos de socorro. Outro problema é evitar pessoas que podem passar correndo na frente do carro.
Todas essas situações corriqueiras e cotidianas para motoristas humanos constituem enormes problemas para computadores. Apesar da percepção popular criada pelos acidentes, motoristas humanos são bastante capazes de evitar colisões graves. De acordo com as estatísticas dos Estados Unidos, acidentes fatais ocorrem cerca de uma vez para cada 3,3 milhões de horas de condução. Colisões que resultaram em ferimentos, cerca de uma vez para cada 64 mil horas. Esses números - não estudados no Brasil - estabelecem uma importante meta de segurança para carros sem motoristas.
Pesadelo de software nos carros sem motoristas
Pense em quantas vezes seu computador trava. Se ele fosse responsável por um carro, seria uma "arma", causaria acidentes. Um atraso de resposta do software de só um décimo de segundo será perigoso no trânsito. Os softwares para condução de carros precisam ser projetados e aprimorados para padrões que hoje inexistem.
Alcançar esses padrões será difícil e exigirá enormes avanços. As técnicos hoje existentes são complicadas e caras demais para realizar o trabalho. Para efeito de comparação, 50% do custo de um avião comercial ou militar destina-se aos softwares que auxiliam os pilotos. Todavia, esses softwares dos aviões são bem menos complexos dos necessários para os carros do futuro. Um avião raramente, ou nunca, terá de lidar com mais de um dois aviões próximos.
O sistema não precisa conhecer a velocidade e localização dos aviões com incrível precisão, porque estão a uma distancia entre si suficiente para terem tempo para agir. Decisões de um software de avião pode ser tomada em dezenas de segundos. Um carro sem motorista, por outro lado, terá de rastrear dezenas de veículos e obstáculos, e tomar decisões em muito menos de um segundo. Muito mais complexo e avançado que os empregados nos aviões.
Nos próximos anos, como serão os carros sem motorista?
Em pouco tempo, os melhores carros terão sistemas automatizados de estacionamento. Permitirão que motoristas deixem seus carros na entrada de uma garagem, por exemplo. Um sistema de automação a bordo se comunicará com sensores distribuídos por todo o estacionamento para descobrir quais vagas quais vagas estão disponíveis e navegará até esse local. Sem a necessidade de abrir as portas do carro, os lugares para estacionar serão mais estreitos do que hoje. Logo, mais carros poderão ser guardados nas garagens e estacionamentos.
Já começaram a operar carros sem motoristas em zonas urbanas para pedestres, parques empresariais, universidades e outros lugares onde veículos rápidos foram excluídos. Uma linha de micro ônibus sem motorista já está sendo operada na Finlândia. Os primeiros testes para caminhões sem motorista, em comboio, que acompanham um caminhão com motorista humano, obtiveram sucesso. . Mais: na Califórnia, no Japão e os projetos Konvoi e Sartre na Europa, testaram sistemas de pelotões de ônibus e caminhões. A Volvo e a Tesla estão em fase final de testes para carros de passeio. A Volvo planeja realizar um teste de campo público dessas capacidades com 100 veículos em Gotemburgo, na Suécia, em 2017. A Tesla não precisou a data.
Os idosos devem seguir dirigindo carros até qual idade?
Um carro lento entorpece o trafego e em seu interior vemos um condutor idoso. De imediato, vem a queixa: "não deveriam ter renovado sua carteira de motorista", "são perigosos". Parece evidente que a simples presença de um idoso ao volante cause preocupação. Existe motivo para ela?
Os maiores de 65 anos - idade em que um indivíduo é considerado idoso, conforme a Organização Mundial de Saúde - registram quatro vezes menos acidentes que os menores de 25 anos. E menos da metade que os condutores entre 35 e 44 anos. As razões? Respeitam mais os limites de velocidade, não são agressivos na condução e aceitam melhor seus próprios limites (auditivos e visuais sobretudo).
Muitos demonstram grande desconfiança com os motoristas idosos. Algo como 20% dos motoristas desejam retirar a habilitação de seus próprios familiares idosos. Mas, a maioria dos idosos dirige porque são mais calmos e prudentes. Esse é um dos principais motivos para provar que a idade avançada não deve ser o fator determinante para a perda da carteira de motorista, como prevê a legislação brasileira. E sim o estado físico e psicológico das pessoas. Afinal, o carro representa independência. Um idoso aposentado, sem habilitação, sofrerá alterações em sua rotina social. Visitas a casas de amigos e passeios passam a estar condicionados a disponibilidade de outras pessoas. Um idoso sem relacionamento social terá sua saúde abalada.