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Em Pauta

Cheirosos e fedidos: a história do sabão e da higiene pessoal

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 04/07/2024 08:00
Cheirosos e fedidos: a história do sabão e da higiene pessoal

Os povos mesopotâmicos conheciam o sabão e usavam um graveto para escovar os dentes. Os romanos os maiores adeptos de óleos corporais,  também conheciam o sabão, mas não o usavam no corpo, so servia para lavar roupas. Os egípcios chupavam balinhas para mascarar o mau hálito. Essas são algumas histórias do que nossos antepassados faziam para ficar limpinhos ou fedidos.


Cheirosos e fedidos: a história do sabão e da higiene pessoal

O primeiro sabão a gente não esquece.

Adivinhe qual foi o primeiro sabão. Quem lê esta coluna deve estar com a resposta na língua: veio da Mesopotâmia, aquela região entre Irã, Iraque e Turquia. Existe um cilindro com escrita cuneiforme que diz: "gordura animal cozida com cinzas". Era um pote contendo sabão. É isso que é o sabão: uma gordura misturada com um composto alcalino, como as cinzas da madeira. Esses povos adotaram banhos e rituais de limpeza que envolviam plantas aromáticas. Cheirosinhos, não?


Cheirosos e fedidos: a história do sabão e da higiene pessoal

Muito óleo no corpo.

Os romanos eram extremamente cheirosos, apesar de Roma ser nauseabunda. Viviam nas termas e banhos. Passavam o máximo de tempo por lá. Nesses locais, construíram até bibliotecas para não saírem desses locais de banho. Mas há algo muito diferente. Eles não usavam o sabão para limpar o corpo. Para essa limpeza, só usavam óleos aromáticos. Era tanto óleo passado no corpo que inventaram um instrumento de metal, chamado "estrígil", para raspar o excesso de óleo no corpo. A palavra "sabão" foi criada por eles, vem do latim "sapo", que significa gordura. Os romanos usavam o sabão para lavar roupa e como pomada para endurecer o cabelo.


Cheirosos e fedidos: a história do sabão e da higiene pessoal

O graveto de mastigar egípcio.

Para fazer a higiene bucal, os romanos herdaram dos egípcios um instrumento especial: o graveto de mastigar. Uma das pontinhas continha fibra de madeira que geram fricção com os dentes, removendo a placa bacteriana. A outra extremidade era afiada e funcionava como um palitão de dente. Algumas das plantas para fazer esses palitões continham fluoreto, composto usado para prevenir cáries, uma alternativa até hoje natureba às escovas de dente.


Cheirosos e fedidos: a história do sabão e da higiene pessoal

Banho te levará ao inferno.

À medida que o mundo romano entrou em decadência, a igreja tomou conta do ambiente medieval. Seus seguidores tomavam banho uma vez por ano.... quando muito. A ideia de renegar os prazeres do corpo para atingir a ascensão espiritual entrou na moda. Os banhos sumiram. Passaram a ser associados à perversão e à prostituição. A sujeira corporal passou a ser associada com a devoção. Quem não era "Cascão", ia para o inferno. O rei Luís XIV é um caso bem conhecido. Tomou banho duas vezes na vida. Repito: na vida. Seu palácio - Versalhes - era um prédio lotado de cocô, faziam as necessidades em qualquer lugar e só tiravam uma vez por semana. Que fedidos!

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.

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