Cheirosos e fedidos: a história do sabão e da higiene pessoal
Os povos mesopotâmicos conheciam o sabão e usavam um graveto para escovar os dentes. Os romanos os maiores adeptos de óleos corporais, também conheciam o sabão, mas não o usavam no corpo, so servia para lavar roupas. Os egípcios chupavam balinhas para mascarar o mau hálito. Essas são algumas histórias do que nossos antepassados faziam para ficar limpinhos ou fedidos.
O primeiro sabão a gente não esquece.
Adivinhe qual foi o primeiro sabão. Quem lê esta coluna deve estar com a resposta na língua: veio da Mesopotâmia, aquela região entre Irã, Iraque e Turquia. Existe um cilindro com escrita cuneiforme que diz: "gordura animal cozida com cinzas". Era um pote contendo sabão. É isso que é o sabão: uma gordura misturada com um composto alcalino, como as cinzas da madeira. Esses povos adotaram banhos e rituais de limpeza que envolviam plantas aromáticas. Cheirosinhos, não?
Muito óleo no corpo.
Os romanos eram extremamente cheirosos, apesar de Roma ser nauseabunda. Viviam nas termas e banhos. Passavam o máximo de tempo por lá. Nesses locais, construíram até bibliotecas para não saírem desses locais de banho. Mas há algo muito diferente. Eles não usavam o sabão para limpar o corpo. Para essa limpeza, só usavam óleos aromáticos. Era tanto óleo passado no corpo que inventaram um instrumento de metal, chamado "estrígil", para raspar o excesso de óleo no corpo. A palavra "sabão" foi criada por eles, vem do latim "sapo", que significa gordura. Os romanos usavam o sabão para lavar roupa e como pomada para endurecer o cabelo.
O graveto de mastigar egípcio.
Para fazer a higiene bucal, os romanos herdaram dos egípcios um instrumento especial: o graveto de mastigar. Uma das pontinhas continha fibra de madeira que geram fricção com os dentes, removendo a placa bacteriana. A outra extremidade era afiada e funcionava como um palitão de dente. Algumas das plantas para fazer esses palitões continham fluoreto, composto usado para prevenir cáries, uma alternativa até hoje natureba às escovas de dente.
Banho te levará ao inferno.
À medida que o mundo romano entrou em decadência, a igreja tomou conta do ambiente medieval. Seus seguidores tomavam banho uma vez por ano.... quando muito. A ideia de renegar os prazeres do corpo para atingir a ascensão espiritual entrou na moda. Os banhos sumiram. Passaram a ser associados à perversão e à prostituição. A sujeira corporal passou a ser associada com a devoção. Quem não era "Cascão", ia para o inferno. O rei Luís XIV é um caso bem conhecido. Tomou banho duas vezes na vida. Repito: na vida. Seu palácio - Versalhes - era um prédio lotado de cocô, faziam as necessidades em qualquer lugar e só tiravam uma vez por semana. Que fedidos!