Com o câmbio nos patamares atuais, os agricultores terão mais um ciclo lucrativo
O dólar continua garantindo lucro na soja.
Haverá elevação no custo de produção nesta safra 2015/2016 da soja em função da escalada do dólar bem como houve queda dos preços da soja na bolsa de Chicago, mas é essa mesma moeda a responsável que dá a garantia de lucro para os sojicultores. Os preços da saca de 60 quilos em reais chegam a estar quase 30% maiores que no mesmo período do ano passado. A continuar o câmbio nos patamares atuais, batendo recorde, os agricultores terão mais um ciclo lucrativo.
De acordo com a Agroconsult, os agricultores perderam R$20,20 por saca devido ao custo de produção e à bolsa de Chicago. Mas, na direção contrária, a disparada do dólar permitiu ganhos de R$ 31,90, o que resulta em um saldo positivo de R$11,70 por saca.
Nem os bons lucros, todavia, têm conseguido aplacar o mau humor dos produtores. O motivo seria o elevado endividamento e o crédito rural mais caro desta safra. O maior problema está com os grandes produtores que devem em dólar. Os médios e pequenos sorriem pois suas dívidas estão acopladas ao real.
Cidades caipiras se tornaram polos importantes da classe média; enriqueceram.
O crescimento da classe média foi mais acelerado nos municípios cuja economia é baseada preponderantemente na agricultura. Entre os sul-mato-grossenses de classe média, os moradores das áreas agrícolas foram os que mais ganharam poder de consumo nos últimos anos, a exceção ficou com Três Lagoas que viu um boom industrial.
São Gabriel, Chapadão do Sul, Rio Brilhante e Maracaju se tornaram importantes polos de classe média. O potencial de consumo delas teve, em média, 14% de crescimento.
A agricultura é um dos raros negócios a manter o crescimento em um período de vacas magras. O PIB da agropecuária deve crescer 0,4%. Parece ser um número insignificante, mas frente aos 2% de queda do PIB nacional, ele ganha dimensão. Enquanto Campo Grande patina ou anda ao estilo caranguejo com as péssimas administrações públicas, as cidades caipiras ganham força e riqueza.
Supermercados começam a derrubar preços dos alimentos orgânicos.
A crise econômica sempre traz algumas boas notícias. A boa nova é que comer alimentos orgânicos ficou mais barato. Com as vendas em queda e a substituição por produtos mais em conta, os supermercados começaram a segurar reajustes e reduzir margens de lucros. Estão entendendo que essa tendência de alimentação mais saudável não é passageira. Alguns grupos de produtos, sobretudo hortifrútis, conseguiram chegar a diferenças mínimas entre um orgânico e um convencional. No grupo de biscoitos e farinhas, os supermercadistas estão adotando margens menores de lucros. Está menos caro comer orgânico.
Prisões, o MBA do crime.
Onde mora o "Homo Money" brasileiro? Nas prisões ou nas mansões? Se for nas prisões, os números são assustadores. Entre 1990 e 2014, o aumento do total de presos no país foi de incríveis 575%. Passamos de 90 mil para 607 mil presos. Ocupamos o quarto lugar em número de presidiários no mundo.
O crime é uma atividade em plena expansão, é um dos maiores empregadores do país. Está tão organizado que tem até "carteira assinada" pela facção. São jovens que atendem aos apelos, cada vez maiores, dos símbolos de ostentação, independência e hipermasculinidade. Só em 2013, foram registrados 1,1 milhão de roubos, isto é, são 590 roubos por cada 100.000 habitantes. O mercado da droga é ainda mais promissor. Em 2012, 3 milhões de adultos e 478 mil adolescentes haviam usado maconha. O mercado da cocaína também é grande - 2 milhões de adultos e 255 mil adolescentes. O crack havia sido consumido por 800 mil pessoas.
As instituições ainda parecem apostar fichas nas prisões, como se funcionassem em universos paralelos capazes de eliminar o problema em um passe de mágica. Mas não é assim. O mundo do lado de fora se uniu com o mundo do lado de dentro através dos celulares. Em 2012, foram 34.945 aparelhos apreendidos nos presídios nacionais. A enorme variedade de trotes telefônicos passados pelos presos, simulando sequestros, entre outros crimes, é apenas uma amostra do "lado negro da força". Os presos transformam pátios e celas em "coworkings" do crime, onde homens se articulam e ampliam o "networking". A droga é a principal "commodity". As prisões proporcionam novos ensinamentos e dão status, além do sofrimento, funcionando como uma espécie de MBA do crime, que garante upgrade no currículo, pois crime também tem currículo. "O crime ajuda o crime" é um dos lemas do PCC. O desafio é construir autoridades com novos valores que possam ser compartilhados pelos cidadãos. É o que ocorre na Suécia, que fechou quatro prisões por falta de detentos. Quanto mais uma sociedade precisa de prisões e de polícias truculentos, mais profundos são seus problemas.
Aposentados norte-americanos entram cada vez mais na economia compartilhada.
Nunca tantos norte-americanos pretenderam continuar trabalhando após a aposentadoria. Seja apenas para se manterem ocupados ou por necessidade financeira. Eles estão aderindo a trabalhos como o proposto pelo site Fiverr.com, um site de economia colaborativa que determina que todos seus vendedores ofereçam alguma coisa aos clientes por apenas US$ 5, recebendo uma comissão de 20% sobre os lucros. Outras plataformas incluem o site Etsy.com (especializado em produtos feitos à mão e artigos antigos). Mas a agitação dos aposentados não está limitada à economia do conhecimento. O Airbnb.com recentemente notou que 10% de seus hospedeiros têm mais de 60 anos. O Uber passará a contratar milhares de aposentados como parte de uma estratégia de atendimento tranquilo de passageiros. Atualmente, 25% dos motoristas do Uber têm mais de 50 anos e entre os novos motoristas sem experiência no ramo, 39% têm mais de 50 anos.